quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma grande ressaca

Viver neste planeta não é tão agradável quanto poderia ser. É óbvio que alguma coisa não deu certo na espaçonave Terra, mas o quê? Talvez um equívoco fundamental quando a natureza (ou quem quer que tenha sido) resolveu pôr em prática a idéia "Ser Humano". Ora. Por que deveria esse animal andar sobre duas pernas e começar a pensar? Mas, enfim, quanto a isso não há muita escolha - temos que aprender a lidar com esse erro da natureza, isto é, nós mesmos. Erros existem para aprendermos com eles.


    Em tempos pré-históricos o negócio não parecia tão mau. Durante o Paleolítico, cinqüenta mil anos atrás, éramos muito poucos. Havia comida abundante (caça e vegetais), e sobreviver exigia só um tempinho de trabalho com esforços modestos. Catar raízes, castanhas ou amoras (não esquecer cogumelos) e matar (ou melhor, pegar na arapuca) coelhos, cangurus, peixes, pássaros ou gamos levava duas a três horas por dia. Repartíamos a carne e os vegetais com os outros e passávamos o resto do tempo dormindo, sonhando, tomando banho de mar e de cachoeira, fazendo amor ou contando histórias. Alguns de nós começaram a pintar as paredes das cavernas, a esculpir ossos e troncos, a inventar novas armadilhas e canções. 
    Perambulávamos pelos campos em bandos de vinte e cinco, mais ou menos, com um mínimo de bagagem e pertences. Preferíamos climas suaves, como o da África, e não havia civilização para expulsar a gente em direção aos desertos, tundras e montanhas. 0 Paleolítico deve ter sido mesmo um bom negócio, a se acreditar nos recentes achados antropológicos. É por isso que ficamos nele por milhares de anos - um período longo e feliz, comparado com os dois séculos do atual pesadelo industrial.
    Aí alguém começou a brincar com plantas e sementes e inventou a agricultura. Parecia uma boa idéia: não tínhamos mais que andar procurando vegetais. Mas a vida ficou mais complicada e trabalhosa. Éramos obrigados a ficar no mesmo lugar por vários meses, a guardar sementes para o plantio seguinte, a planejar e executar o trabalho nos campos . E ainda precisávamos defender as roças dos nossos primos nômades, caçadores e coletores que insistiam em que tudo pertencia a todo mundo.
    Começaram os conflitos entre fazendeiros, caçadores e pastores. Foi preciso explicar aos outros que havíamos trabalhado para acumular nossas provisões, e eles nem tinham uma palavra para trabalho.
    O planejamento, a reserva de comida, a defesa, as cercas, a necessidade de organização e autodisciplina abriram caminho para organismos sociais especializados como igrejas, comandos, exércitos. Criamos religiões com rituais de fertilidade para nos manter convictos da nossa nova escolha de vida. A tentação de voltar à liberdade de caçadores e coletores deve ter sido uma ameaça constante; e, fosse com patriarcado ou matriarcado, estávamos a caminho da instituição, família e propriedade.
    Com o crescimento das antigas civilizações na Mesopotâmia, índia, China e Egito, o equilíbrio entre os humanos e os recursos naturais estava definitivamente arruinado. Programou-se aí o futuro enguiço da espaçonave. Organismos, centralizadores desenvolveram sua própria dinâmica; tornamo-nos vítimas da nossa criação. Em vez de duas horas por dia, trabalhávamos dez ou mais nos campos ou nas construções dos faraós e césares. Morríamos nas guerras deles, éramos deportados como escravos quando eles resolviam, e quem tentasse voltar à liberdade anterior era torturado, mutilado, morto.
    Com o início da industrialização as coisas não melhoraram. Para esmagar as rebeliões na lavoura e a crescente independência dos artesãos nas cidades, introduziu-se o sistema de fábricas. Em vez de capatazes e chicotes, usavam máquinas. Elas comandavam nosso ritmo de ação, punindo automaticamente com acidentes, mantendo-nos sob controle em vastos galpões. Mais uma vez progresso significava trabalho e mais trabalho, em condições ainda mais assassinas. A sociedade inteira, em todo o planeta, estava voltada para uma enorme Máquina do Trabalho. E essa Máquina do Trabalho era ao mesmo tempo uma Máquina da Guerra para qualquer um - de dentro ou de fora - que ousasse se opor. A guerra se tornou industrial, como o trabalho; aliás, paz e trabalho nunca foram compatíveis. Não se pode aceitar a destruição pelo trabalho e evitar que a mesma máquina mate os outros; não se pode recusar a própria liberdade sem ameaçar a liberdade alheia. A Guerra se tornou tão absoluta quanto o Trabalho.
    A nova Máquina do Trabalho criou grandes Ilusões sobre um futuro melhor. Afinal, se o presente era tão miserável, o futuro só podia ser melhor. Até mesmo as organizações de trabalhadores se convenceram de que a industrialização estabeleceria bases para uma sociedade mais livre, com mais tempo disponível, mais prazeres. Utopistas, socialistas e comunistas acreditaram na indústria. Marx pensou que com essa ajuda os humanos poderiam caçar, fazer poesia, gozar a vida novamente. (Pra que tanta volta?) Lenin e Stalin, Castro e Mao e todos os outros pediram Mais Sacrifício para construir a nova sociedade. Mas mesmo o socialismo não passava de um novo truque da Máquina do Trabalho, estendendo seu poder às áreas onde o capital privado não chegaria. Á Máquina do Trabalho não importa ser manejada por multinacionais ou por burocracias de Estado, seu objetivo é sempre o mesmo: roubar nosso tempo para produzir aço.
    A Máquina do Trabalho e da Guerra arruinou definitivamente nossa espaçonave e seu futuro natural: os móveis (selvas, bosques, lagos, mares) estão em farrapos; nossos amiguinhos (baleias, tartarugas, tigres, águias) foram exterminados ou ameaçados; o ar (fumaça, chuva ácida, resíduos industriais) é fedorento e perdeu todo o sentido de equilíbrio; as reservas (combustíveis fósseis, carvão, metais) vão se esgotando; e está em preparo (holocausto nuclear) a completa autodestruição. Não somos capazes nem de alimentar todos os passageiros desta nave avariada. Ficamos tão nervosos e irritáveis que estamos prontos para os piores tipos de guerra: nacionalistas, raciais ou religiosas. Para muitos de nós, o holocausto nuclear não é mais uma ameaça, mas a bem-vinda libertação do medo, do tédio, da opressão e da escravidão.


    Três mil anos de civilização e duzentos de acelerado progresso industrial deixaram a gente com uma enorme ressaca. A tal da economia se tornou um objetivo em si mesma, e está quase nos engolindo. Este hotel aterroriza seus hóspedes. Mesmo a gente sendo hóspede e hoteleiro ao mesmo tempo.


Bah

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A genética da raça pura

Algumas pessoas me perguntam porque sou contra a venda de animais de raça.
Primeiro porque sou contra qualquer forma de mercantilização e coisificação de qualquer animal. Para cada animal comprado é um abandonado, um de rua ou abrigo que poderia ser adotado. Também já vi muito em minha vida de voluntariado em feirinhas de doação de animais o tanto de animais de raça que são descartados após a primeira doença. Muitas vezes são comprados por puro status e na ignorância máxima de entender que aquilo não é um produto, um brinquedo, mas sim uma vida.
Não sou contra animais de raças, muito pelo contrário, adoro animais independente de raça, cor, credo ou classe social. Mas existe algo dentro da genética chamado "cruzamento consanguíneo" que até então desconhecia, e que me fez passar a odiar ainda mais esse comércio de vidas. Abaixo um documentário chamado "Segredos do Pedigree" que explica melhor isso que estou falando.



Bah

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mas como você difunde uma mentira dessas pela televisão?

Já fazia um certo tempo que eu queria falar sobre duas coisas: MST e transgênicos (mais precisamente sobre a Monsanto). Vejo esse vídeo não só como um resumo desses dois temas (e não só sobre eles) mas também como um direito de resposta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) através da mídia, onde a Rede Globo e a Revista Veja (só pra citar alguns) monopolizaram durante muito tempo a falácia por trás destes temas (e ainda o fazem). 



Bah

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vem de berço

Abaixo uma campanha equatoriana contra o machismo e toda violência embutida no mesmo.



Acho de extrema importância uma campanha como esta, que resume de maneira clara o que é o machismo / sexismo (etc) e toda idéia de gênero que vem de berço. Começa pelas cores, um ato aparentemente inocente mas que aos poucos vai tomando uma proporção incontrolável. Meninas sensíveis esperando serem salvas pelo príncipe encantado, meninos que não sentem nada além de raiva sendo salvadores da pátria. E o futuro disso, já conhecemos. Impregnação inconsciente do machismo, que gera sexismo, homofobia e várias outras formas de preconceito. 

Bah

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Como aproveitar o ócio virtual.

É, facebook não serve só pra pedir conselhos pro dia e nem pra postar a banda favorita.



Gabriel Narkevicius
O que é trabalho pra você? (sim, pra você mesmo que está lendo isso nesse exato momento!)

Ariely Stefan
Trabalho no sentido emprego?

Gabriel Narkevicius
Principalmente! O que significa ter um emprego pra alguem, com tudo que existe atrelado a ele

Ariely Stefan
Vejo como uma escravidão pré determinada e uma espécie de prisão que nos priva muitas vezes de nossa liberdade (o que é liberdade?) e que na maioria das vezes nos faz passar por cima de muitas crenças (não no sentido metafísico, no sentido real) pra que possamos assim apenas sobreviver (e não viver)

Gabriel Narkevicius
Concordo plenamente... nos vemos atrelados a uma prática que supostamente é a que mantém a possibilidade de qualidade de vida, mas nos esquecemos que os meios de conseguir qualidade d vida são postos para nós, e não construidos conjuntamente, o que resulta até mesmo na pergunta: "o que é essa tal qualidade de vida que nos falam?"

Ariely Stefan
Como falar em qualidade de vida coexistindo com a questão do emprego, que é uma questão unicamente voltada ao acúmulo de capital??? Não consigo pensar em fábricas, empresas, multinacionais que não passam por cima do ser humano e seus direitos básicos, do meio ambiente e toda forma de exploração da mesma, transformação do natural (e isso inclui até os seres humanos e animais) em artificial...E como única, ou talvez mais viável/fácil alternativa acabamos nos entregando à essa forma de vida que é tão banal!

Gabriel Narkevicius
Pois é, a qualidade de vida depende de um pedaço de papel verde, que deveria ser no máximo uma peça do tabuleiro jogado por nós, mas na verdade houve uma inversão... projetamos a responsabilidade política (com impostos), social (com doação) e de vida (com o consumo rápido e efemero) para algo não-humano...

Ariely Stefan
Eu nunca gosto de participar de uma discussão sem que se discuta a solução pra questão. Agora te pergunto: o que fazer diante dessa imposição? Aliás, vou socializar a discussão (roubar na cara dura mesmo)

Gabriel Narkevicius:
Aí vem o calo... não sei... principalmente pq eu acho que é algo que deve ser reconstruido a partir das próprias vivencias das pessoas, e elas variam (apesar de existirem padroes de comportamento e mentalidade). É algo que não acredito que mude a partir do Estado e muito menos dos privados. Mudar isso é mudar uma ideologia (enquanto compreensão de mundo) vigente por séculos, e que não será de uma hora pra outra. De certa forma socializar essa discussão já seja um passo em direção a essa mudança, pois eu acredito que antes de mais nada ela pela conscientização do além-prático/cotidiano... Comparando grotescamente, é como discutir a novela não em relação aos temas, mas em relação ao que ela representa e significa enquanto existente e atuante... o lado social DE VERDADE dela...

Ariely Stefan:
Só tenho minhas dúvidas se essas discussões existem de forma transformadora e se elas geram algum tipo de mudança (descrença no mundo).

Gabriel Narkevicius:
Eu tenho TODAS minhas dúvidas em relação a isso... na realidade eu não espero que o mundo vá mudar um dia... Ainda mais pq ele caminha pro contrário, mas isso nao impede que deixemos de tentar... já que usam o Face pra tanta coisa banal, pq não tentar algo produtivo ahuuhahuahuhua

Ariely Stefan:
O foda é o que o "produtivo" é extremamente subjetivo.

Gabriel Narkevicius:
concordo... resta ver se o nosso "produtivo" possa ter uma boa projeção

Ariely Stefan:
Ou se o nosso produtivo é realmente produtivo ahsuauhsuahs Afinal, o que é ser produtivo?

Gabriel Narkevicius:
hauhuahuhuahauhuauhuhuahuhuahuhu boa! É, acho que foi um pessimo termo o "produtivo" mas eu penso como algo que gere reflexão em alguém, mesmo que não haja necessariamente a mudança. Isso aqui não é nada mais do que uma visão sobre algo, dentre várias outras, todas com argumentos bons e ruins, cabe a elas se confrontarem...

Ariely Stefan:
Eu entendo produtivo da mesma forma que vc, algo que gera reflexão, mas ainda fica a pergunta: pq a reflexão é algo bom ou melhor que a alienação?

Gabriel Narkevicius:
Pq a reflexão se dá inclusive sobre a própria alienação (entendendo alienação enquanto o condicionamento inconsciente de um indivíduo a determinada forma de pensar e compreensão de mundo)

Ariely Stefan:
Fale mais sobre isso...

Marcos Sebastiani:
é....fale mais sobre isto....

Gabriel Narkevicius:
Encaro alienação enquanto a propagação de uma Ideologia no coletivo, formulando valores, práticas e crenças, que acabam sendo realizadas cotidianamente, e desta forma reproduzidas e introjetadas, sem que se perceba. Não defino ideologia aqui enquanto um ideário político, mas algo muito mais amplo, como toda forma de pensar de uma sociedade em relação ao mundo e a si mesma. Quando se dá a reflexão, surge a possibilidade de trazer a alienação para o plano da consciência, e assim, talvez, desconstrui-la. Muito da forma com que pensamos hoje não é sequer posta a prova por nós mesmos, não com a intenção de elimina-la, mas sim de reconhece-la enquanto tal, enquanto algo além de uma parte de nós, mas sim enquanto uma atuação resultante de algo externo a nós, que conduz nossas ações sem que possamos perceber. A reflexão se dá como forma de retomar autonomia da consciencia em relação a si e ao meio. Reconhecer o que em nós não fomos nós que criamos e moldamos, mas sim outras pessoas (e estas, muito provavelmente, fizeram isso também de forma inconsciente)

Ariely Stefan:
É você o autor daquele livro "o que é alienação"? haushuahs

Ariely Stefan:
A alienação é de toda ruim?? Bom, ontem, conversando com um amigo, ele me disse que a base da vida dele e de provavelmente qualquer ser humano é a busca por felicidade. Já ouvi isso de muitas pessoas. Vejamos, uma pessoa alienada é uma pessoa feliz? Eu creio que sim, a alienação traz felicidade porque mascara a verdade e a verdade é algo que não traz felicidade. Logo, quem não é ou luta contra a alienação não é um ser feliz, ou vive em constantes crises. Se a base da vida para uns é a felicidade, e se ela é encontrada na alienação, porque a busca pela quebra da alienação?

Ariely Stefan:
viajei?

Gabriel Narkevicius:
hauuhauhahua não...
Eu não acho que a felicidade se dá a partir de mascarar a verdade... Até pq, o que é ser feliz? A felicidade que se fala hoje em dia é um conceito de felicidade específico, mas não único. Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade, e não do da alienação dela.

Ariely Stefan:
Você se acha uma pessoa feliz? E o que vc acha que é a base da vida de qualquer ser humano?

Gabriel Narkevicius:
Não me acho uma pessoa feliz, e talvez nunca seja. Tal qual eu imagino a felicidade, acho que nunca alguém será plenamente feliz. Eu acho que a base de vida de qualquer ser humano é a autonomia e a liberdade... vou citar Sartre... "[...]o Homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não lançou a si próprio no mundo, e livre pois, uma vez nele, é responsável por tudo aquilo que faz" Pra mim liberdade é isso, consciencia e responsabilidade de ação

Ariely Stefan:
Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade - vamos citar exemplos. Uma pessoa alienada por exemplo, come transgênicos a vontade. Ela não sabe o que é isso e nem se importa com a ausência da informação. Ela vai continuar consumindo e pouco se lixando. A pessoa não alienada sabe o que é e sabe que o mundo anda cada vez mais contaminado com isso. Ela provavelmente entrará em crise com isso e com tantos outros meios de se fugir da contaminação (não só na questão da alimentação, mas em tudo).

Gabriel Narkevicius:
Concordo, só não entendi uma coisa, vc acha o oposto ao que o seu amigo disse ou ao que eu disse? Pq eu disse o mesmo que vc O.o ahuhuahauuah

Ariely Stefan:
Hahahaha o começo da frase de cima foi uma introdução ao seu ponto de vista hahahaha

Ariely Stefan:
Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade¹ - vamos citar exemplos. Uma pessoa alienada por exemplo, come transgênicos a vontade. Ela não sabe o que é isso e nem se importa com a ausência da informação. Ela vai continuar consumindo e pouco se lixando. A pessoa não alienada sabe o que é e sabe que o mundo anda cada vez mais contaminado com isso. Ela provavelmente entrará em crise com isso e com tantos outros meios de se fugir da contaminação (não só na questão da alimentação, mas em tudo). ¹Gabriel Narkevicius

Ariely Stefan:
pronto, assim tah mais entendível!

Gabriel Narkevicius:
Ahhh sim... entao deixa eu ver se eu entendi, vc acha que a pessoa deva se manter alienada para ser feliz?

Gabriel Narkevicius:
Na verdade, o que é ser feliz pra você?

Ariely Stefan:
Acho que a pessoa que é mais alienada é mais feliz sim, isso não nego! Mas não significa que eu concordo com esse padrão de vida. Não acho que a felicidade pessoal é a base de tudo. Só ainda não descobri o que vem a ser essa base!!

Ariely Stefan:
Acho que as pessoas veem a felicidade como algo pessoal, eu tenho uma visão mais coletiva, mas não acho que a felicidade seja a base, pois os momentos de não felicidades existem e com certeza são através dele que nos libertamos de certas coisas que não nos são boas...

Gabriel Narkevicius:
Ahhhh entendo.. vc acha que o feliz-alienado só funciona a partir da consideração da felicidade enquanto uma vida animada e de satisfação de vontades? Pq eu acho que felicidade é muito mais que isso, e que essas questoes podem ser contempladas também quando há uma aproximação com a verdade, pq ela nao impossibilita a escolha. Alguém pode continuar comendo transgenicos mesmo sabendo de tudo por trás, pois optou conscientemente por isso... é a liberdade... Entra uma questão de coerencia também...Eu concordo plenamente com essa sua ultima mensagem... considero assim sobre liberdade também...ninguem é livre se as pessoas ao nosso redor também não forem...

Ariely Stefan:
É complicado discutir a felicidade dos outros, é muito subjetivo. Proponho que façamos uma pesquisa: "o que é felicidade pra você?" E só com esses dados poderemos fazer uma discussão mais construtiva e baseada em estatísticas...

Gabriel Narkevicius:
eu acho uma boa idéia, mas estatísticas muitas vezes fogem da realidade, e dão um padrão que não necessariamente correspondem a realidade

Ariely Stefan:
Porque vc acha isso sobre as estatísticas? Acha que não existe sinceridade nas respostas?

Gabriel Narkevicius:
Não só isso, como também há um numero de variáveis considerável... como por exemplo, as pessoas que costumam responder algo, o interesse das pessoas sobre o assunto... eu acho que pode ser feito, mas temos que estar atentos pra esses fatores. O que se pode fazer é a pesquisa atrelada à uma discussão (e isso ja começa a se distanciar dos meus conhecimentos facebookianos uahuahhuahu)

Ariely Stefan:
E se fizermos na pessoal ao invés de na virtual? Num sei, fico sempre com o pé atrás com essa realidade virtual...

Gabriel Narkevicius:
acho perfeito! podemos pegar lugares diferentes entao, torna mais preciso, pessoas com realidade diferentes... vcs aí, eu aqui, quem mais quiser onde mais quiser huahuahuahuuah

Ariely Stefan:
Hahahaha blz, demorô então!!

também disponível em: coletivokrisis.blogspot.com

Bah

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre os skinheads

Abaixo um documentário explicando o que é o skinhead!
Não, skinhead não tem nada a ver com neonazismo.
Não, skinhead não tem nada a ver com racismo.
Não, não tem nada a ver com homofobia, e nem nada disso do que a mídia tanto diz.
O verdadeiro skinhead é isso:


E pra encerrar legal, um skazinho pra relaxar!!



Skalariak
¡Está en la kalle!
S.R.K., cómo baila la skin,
S.R.K. hasta se mueve el punk,
S.R.K., yo lo bailo así,
dime qué es lo que haces tú
S.R.K., cómo baila el skin,
S.R.K. hasta se mueve el punk,
S.R.K., yo me muevo así,
todos unidos en el Klub
No somos héroes, no somos bandidos
y no queremos que nos traten como escoria.
Vivimos tras esta música escondidos,
skakeando en lo duro de la vida.
Aún así tampoco ha sido fácil
descubrir a la gente el auténtico espíritu,
color ska, agitación de... S.R.K.
S.R.K., cómo baila el skin,
S.R.K. hasta se mueve el punk,
S.R.K., yo lo bailo así,
dime qué es lo que haces tú
S.R.K., cómo baila el skin,
S.R.K. hasta se mueve el punk,
S.R.K., yo me muevo así,
todos unidos en el Klub
Algunos dicen que este ritmo es facilón,
que lo que hacemos no tiene ningun mérito,
pregunta a los jamaicanos Rudeboys
si fácil era echar maderos de sus ghettos.
Pero aqui tampoco ha sido fácil, escuchar esta música
con el auténtico espíritu, color ska, agitación de...
S.R.K.


    

Bah

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Mística Feminina e a Casa de Bonecas

"A mística feminina afirma que o valor mais alto e o compromisso único da mulher é a realização de sua feminilidade. Afirma ainda que o grande erro da cultura ocidental, no decorrer dos séculos, foi a desvalorização dessa feminilidade. Diz ainda que esta é tão misteriosa, intuitiva e próxima à criação e à origem da vida, que a ciência humana talvez jamais a compreenda. Contudo, por mais essencial e diferente que seja, de modo algum é inferior à natureza do homem; em certos aspectos pode até ser superior. O erro, diz a mística, a raiz do problema feminino no passado, é que as mulheres invejavam os homens, tentavam ser como eles, em lugar de aceitar sua própria natureza, que só pode encontrar realização na passividade sexual, no domínio do macho, na criação dos filhos, e no amor materno."¹

Betty Friedan

"Você foi sempre tão bom para mim. Mas nosso lar não passa de uma sala de brinquedos. Sou sua esposa-boneca, assim como em casa fui o brinquedo de papai e aqui as crianças são meus brinquedos. Eu me divertia quando você brincava comigo, assim como elas se divertem quando brincamos juntos. Isto tem sido o nosso casamento, Torvald...
Serei capaz de educar as crianças?... Há uma outra tarefa que preciso realizar antes. Preciso educar-me - e você não é o homem capaz de ajudar-me. Tenho que fazê-lo sozinha. E é por isso que vou partir agora. Preciso estar iteiramente só para compreender a mim mesma e ao que me rodeia. É por esta razão que não posso permanecer ao seu lado...
Creio que antes de mais nada sou um ser humano dotado de raciocínio, assim como você - ou pelo menos preciso tornar-me. Sei muito bem, Torvald, que a maioria das pessoas julgará que você tem razão e essa maneira de pensar se encontra nos livros, mas não posso contentar-me com o que a maioria diz, ou com o que dizem os livros. Preciso raciocinar sozinha, procurar compreender..."²

Henrik Ibsen



¹ Mística Feminina, de Betty Friedan (1963)
² Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen (1879)


Bah

quarta-feira, 6 de julho de 2011