domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vasos sanitários rosas e azuis
Cores deterioradas pelas descargas que corroem as tintas e levam a bosta da segregação genitália pro esgoto.

A placa do banheiro exercendo o papel totalitário de separação de gênero
Linguagem opressora e dicotômica
Ele ou ela? Homem ou mulher? Hétero ou viado? Lady ou bofe?
E porque isso importa?

Discursos reproduzidos pelas escolas, tvs, igrejas, pela moral conservadora que engaveta, classifica e descarta

Chega de reprodução de discurso
Chega de imposição de gênero
A liberdade tem que deixar de ser mero discurso e se efetivar no desejo do comportamento

O 3° Banheiro é a institucionalização do gueto.
Laerte-se!


Bah

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mercado de corpos - Parte II


É uma brincadeira de boneca,
num dia nublado de mais nada.
É apenas uma bancada.
É a espera
que desespera.
A vida que cansou de esperar.
Mais um corpo caiu
para  relembrar do que esperávamos.
Aquele corpo que não é mais seu.
Nunca foi.
 
Vem um frio que esquecemos,
que um dia precisava do aquecer,
não do esquecer.
O corpo não se desmanchou de imediato
pois estava muito bem enterrado,
como aqueles que não podiam transparecer.
Não me traga o sol agora,
eles ainda precisam dizer.
Mas existiram?
Quem são eles?
(ex-)istiram.
Vivos.
Mortos.
Morto-vivo.
Tanto faz.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mercado de corpos - Parte I


Sinta o peso desse corpo.
Ele vale muito quando o querem,
no mercado de corpos,
e nada quando a culpa só pertence,
à seu dono.
Ah! O dono!
Quem é mesmo?
Retalhem-no se for preciso.
Costure em seu próprio
e sinta.
Sinta o peso.
Retire o gozo
e vá.
Leve-o.
Tranque em prisões de leis,
de tradições.
Depois diga à todos,
do alto do seu castelo,
que a culpa era dos retalhos
costurados
que não faziam parte
dos seus.

Lê.