sábado, 2 de junho de 2012

Liberdade!?


Um convite à liberdade


“Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.

Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.

Ser livre como diria o famoso conselheiro... É não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)

Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento! ...

Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.

E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos! ...

São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

Mas os sonhadores vão para frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...”

Por: Cecília Meireles



domingo, 29 de abril de 2012

A miséria da fome


Imagens e reportagens sobre miséria e fome, são transmitidas vez ou outra na TV, deixando até certo desconforto ao ver e logo isso passa com outras notícias menos importantes. A questão continua. A população cresceu tanto que não tem alimentos para todos? Como os alimentos são distribuídos? Quem controla toda a produção?  Qual a solução para a fome? Ou ainda os mais apáticos, o que temos a ver com isso? Inúmeras questões sem respostas quando o que vale é o lucro e essas não são debatidos depois das cenas de crianças em meio à miséria no conforto de nossos sofás, seguidos de propagandas para emagrecer. O que está por trás é muito mais cruel e tem se perpetuado ao longo dos anos se naturalizando e invertendo os reais valores.

Sua história é antiga. O ser humano nômade em busca de comida, depois a agricultura de subsistência, e por fim líderes no poder controlando, oprimindo, dominando os que achavam serem inferiores gastando mais com armamento e não investindo na alimentação. Algo mudou? Desigualdade social, conflitos armados, monocultura, lucro para uma minoria é o que impera.


Danos irreparáveis ao meio ambiente, matas sendo devastadas para expansão agrícola com a maior parte delas improdutíveis, apenas para especulação imobiliária, e quando produzem usam os solos até empobrecer, abusam e abandonam a natureza indo explorar novos espaços.

Revoluções tecnológicas enganosas dizendo ser para a fome acabar. Agrotóxicos, transgênicos, semente híbrida sem nutriente goela abaixo nos foi imposto, junto a doenças de origem alimentar.
Maior parte da agricultura mundial é voltada para a produção de ração animal, muitos deles geneticamente modificados com um cruel tratamento, sendo que essa carne é acessível a uma pequena parcela da população esbarrando em questões políticas econômicas lideradas por grandes empresas com o mínimo de interesse se a distribuição é justa, deixando milhões morrer para que somente alguns vivam. Expulsaram pequenos produtores de suas terras tendo que morar em míseras condições na cidade. O alimento orgânico, a simplicidade, todo o conhecimento agrícola adquirido em séculos destruídos em segundos. Famoso sistema mais conhecido como agronegócio.


O ser humano que diz ter evoluído se colocando em primeiro lugar, esqueceu-se da ética, deixando que a tecnologia impere sua vida, se enganando em afirmar que resolveria todos os problemas de um mundo capitalista e seu individualismo de massa que perdeu a essência coletivista. Direitos humanos para que e para quem?
A miséria parece ser a mãe da fome, não deixando que se separem. Ela mata, mas não morre.  Promessas mascarando promessas junto ao assistencialismo barato para mortos de fome que os julgam como sem compromisso nesse jogo chamado vida e por isso há de tanto esperar. Nosso dia também há de chegar, porém a fome que sentiremos será outra, de amar.



Lê.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

é assim mesmo?!

Quando um extraterrestre chega no Planeta Terra, é necessário que uma vida inteligente (hein?!) lhe explique como funcionam as regras deste paraíso do progresso... A explicação se encontra no vídeo abaixo:



De forma um pouco mais bem humorada, daqueles que talvez te façam rir e esquecer das preocupações reais, o filme abaixo segue mais ou menos o mesmo caminho.







Sinta-se a vontade e entenda qual é a peça que você está sendo conduzido neste jogo chamado vida.
Depois de descobrir seu papel, qual será o próximo passo a ser dado?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Hoje elas não precisam de flores...

Quero apenas deixar duas indicações para reflexão.


Loucas de Pedra Lilás - Onde você mora? - Loucas pelo direito de decidir 

Especializadas em promover via teatro e com humor, as posturas cidadãs quer sejam nas relações entre homens e mulheres, quer sejam nas questões urgentes e atuais como educação sexual e reprodutiva ou ainda prevenção e combate à violência, entre outras. http://www.loucas.org.br/


O aborto dos outros

"O Aborto dos Outros" é um filme sobre maternidade, afetividade, intolerância e solidão. A narrativa percorre situações de abortos previstos em lei ou autorizados judicialmente, feitos em hospitais públicos, e situações de abortos clandestinos. O filme mostra os efeitos perversos da criminalização para as mulheres e aponta a necessidade de revisão da lei brasileira. http://www.oabortodosoutros.com.br/index_pt.html


Lê.

sexta-feira, 2 de março de 2012

1,99 - Um supermercado que vende palavras

Assisti 1,99- Um supermercado que vende palavras, e a cada cena que se passava, lembrava muito de tudo o que vivenciamos mas ao mesmo tempo não conseguia descrever o que exatamente era, pois é cheio de simbologias, me fazendo querer refletir cada detalhe de sua arte. Talvez um grande supermercado que é  vida e o comportamento humano, sendo assim, difícil de compreender de imediato, leva um tempo até digerir. Ás vezes confunde e chega a parecer sem sentido.


Os personagens parecem com robôs, inexpressivos. Circulam de um lado ao outro em busca de algo que não sabem ao certo, enquanto há mais alguns do lado de fora esperando entrar para este mundo do consumo  por fetiche e quando isso acontece, continuam sem saciar seus desejos. Os de dentro usam roupas brancas e os de fora colorido, talvez um contraste social?

Sem diálogos, comunicação feitas apenas pelo visual, frases pelo mercado, um silêncio e passividade diante da violência, acompanhado por uma trilha sonora marcante.
Me surpreendi com a entrada dos Barbatuques provocando os seguranças do mercado.

Caixas vazias com palavras que podem ser entendidas como os desejos e a compulsão de compra que é ditada pela propaganda.

 A ideia de fazer um supermercado inteiramente branco saiu da leitura do livro "No Logo",  (em português Sem Logo – A Tirania das Marcas em Um Planeta Vendido), da jornalista canadense Naomi Klein. Neste livro ela faz um rigorosa e surpreendente análise de como as grandes marcas têm necessidades intrínsecas de se "fetichizar" ao infinito para sobreviver.

“Consumir tornou-se, para a maior parte das pessoas, uma fonte de prazer quase orgástica; e introduzir o cartão na fenda do caixa eletrônico iguala-se, portanto, ao ato sexual em si.”



Não vou me alongar muito por aqui, prefiro que façam suas próprias reflexões. Deixo o vídeo com a primeira parte (encontra-se o restante no youtube) , vale ver até o fim. 
Que palavra compraria por 1,99?



Lê.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Respirando sob peias

Respirar é o profundo ato de se perceber vivo
A implacável sensação de se obter como livre
Nela não só respiro oxigênio
Nela respiro esperança de dias melhores
Dias mais claros e insurgentes das manhãs
A busca da liberdade em faíscas de resistência
Às peias cotidianas que se dirigem
Para o fim completo do sentimento livre
A idolatria do estupitificante
Como dizia José Oiticia
A superstição da lei
Que nos sufoca a razão
A prepotência divina
Que nos tira a vida
Com esse poema abri uma janela
Para melhor respirar
Como uma vez Mario Quintana abriu
De uma cela abafada em sua emergência
Agora com o ar que aqui passa pela janela
Da cela abafadora de consciência
O próxima passo é abrir a porta
Para me expulsar do cubículo da apatia
E caminhar em direção à utopia.


Emergência
Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que estás numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso é que os poemas tem ritmo, para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
                                                                                         Mario Quintana

Cesar

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Estado...

A podre organização da autoridade, o regulador da concorrência econômica, estabelecedor de normas na competição entre grandes proprietários agiotas e especuladores. Sua função é normatizar tal concorrência para assim justificar seu sentido de existência, deturpando a natureza humana, naturalizando a exploração. O Estado, essa imunda maquina deturpadora e ilegal perante suas próprias leis, entra em contradição com sua própria moral desde a sua primordial criação, pois ele consiste em falsidade ideológica, ele não apenas é regulador da concorrência econômica, não é um elemento neutro, mas é também um concorrente, uma corporação que visa extorquir economicamente e historicamente @s trabalhadorxs , passando por cima da história do povo para construir sua repugnante história como sempre fez, manchando com sangue a história da humanidade. 






                           
                                                 LUZ from Left Hand Rotation on Vimeo.

A bosta, o ser humano e a vaidade.

A bosta é o que o ser humano tem de mais repugnante. Não falo de forma civilizatória, pois se o fizesse, a lista de coisas repugnantes não teria começo, meio e fim; seria infinita. E neste caso, a bosta seria até uma alegoria graciosa se usássemos o método da comparação.
Falo do ser humano em seu estado natural, em sua condição de macaco mais evoluído. Macaco mais evoluído? Hum, deixa pra lá...
O corpo humano rejeita os excremetos, em forma de bosta; é o que o corpo não consegue aproveitar em seu interior. Mas, fora dele, saindo pelo ânus, a bosta tem grande proveito. Esse processo de descarte da bosta é chamado, pelos mais delicados, de "fazer cocô".
Assim como sua necessidade básica de CAGAR (para os menos delicados), o ser humano também possui outra necessidade: COMER.
Para comer, o ser humano precisa plantar (civilização mode off) e nesse processo de plantação, sua bosta se torna muito útil. Ela pode ser utilizada como adubo.
[Ele caga pra plantar, ele planta pra comer, ele come pra cagar, ele participa desse ciclo pra viver]

Vamos agora introjetar nesta conversa uma nova palavrinha: Vaidade (civilização mode on).
O ser humano, com toda sua vaidade (e porquê não, egocentrismo) já após perder completamente o contato com a natureza, perde de vista a consciência da utilidade de sua bosta, cria um objeto próprio para o seu descarte: a Privada, que também é chamada de Trono!
[Trono também é conhecido por ser um objeto sentante de pessoas importantes (reis, rainhas...)].
Neste trono, encontra-se um estoque considerável de água (outra necessidade básica de qualquer ser humano, civilizado ou não, mas não em sua forma de receptivo cocolístico, mas em sua forma de substância bebível).
Ao receber doses consideráveis de bosta e outros descartes, a água aos poucos vai tomando uma forma de 'uso inapropriado'. Perde sua validade, fica imbebível e inapropriada pra estar presente nos tronos.

Em sua va(l)idade, e indo num caminho contrário à sua natureza, o ser humano consegue fazer de algo útil um descarte altamente poluente, que se torna aos poucos inapropriado pra certos usos. Ele quebra seu ciclo natural para caminhar rumo à sua própria destruição.

Colocou-se o ser humano em seu estado de rei, onde até pra cagar, senta-se no trono. Logo, até mesmo uma coroa ele colocará na cabeça pra entrar no processo de descarte. Mas em sua sã ignorância, acabará por colocar uma coroa de espinhos. Mas no final não haverá ressureição. Nem dele, e nem da bosta. A vaidade, pede a natureza, que vá junto.

Bah