sábado, 27 de agosto de 2011

Vai um copo de agrotóxico aí?

Sobre os nossos alimentos:


Sobre a Monsanto citada no vídeo acima:


E uma pequena notícia:

Besouro desenvolve resistência a milho Bt da Monsanto


A própria natureza talvez seja a melhor opositora aos transgênicos e aos agrotóxicos. Não só as plantas como também os insetos estão desenvolvendo resistência. O besouro Diabrotica virgifera, uma das principais pragas que afetam os milharais, desenvolveu resistência a uma variedade Bt da Monsanto e plantações inteiras estão sendo perdidas.
Produtores de vários estados do meio oeste americano estão relatando prejuízos nas raízes do milho que foi modificado para produzir exatamente uma toxina que deveria matar as larvas do besouro. O entomólogo da Universidade de Iowa Aaron Gassmann confirmou recentemente que o besouro desenvolvera resistência à proteína Bt Cry3Bb1.
Bacillus thuringiensis (Bt) é uma bactéria natural dos solos que apresenta ação inseticida.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, dois terços de todo o milho plantado no país é transgênico, sendo sua maior parte do tipo Bt. A Monsanto controla 35% desse mercado nos EUA, de acordo com os dados de 1999.
A Monsanto informou que apenas as variedades YieldGard VT Triple e Genuity VT Triple PRO são afetadas.
O desenvolvimento da resistência ocorreu em áreas onde o mesmo milho Bt tem sido plantado por 3 ou mais anos seguidos.
A Monsanto exorta os produtores a testarem suas variedades transgênicas piramidadas (stacked), que acumulam genes teoricamente desenhados para controlar mais de um inseto-praga e a adotarem técnicas de manejo integrado de pragas. E assim prossegue a bola de neve da dependência de mais manipulação genética e mais agrotóxicos.
Adaptado de Rady Ananda, Voice, 24/08/2011.

fonte: http://pratoslimpos.org.br/?p=3033



Bah

sábado, 20 de agosto de 2011

Môny


Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba
Mo, sentirei tantas saudades de você. Infelizmente nessa vida existe algo da qual não tem como lutar, mas mesmo assim nós tentamos. Não consigo pensar em mais nada agora, as palavras não vem. Eu só espero que você esteja em algum lugar e em paz, e espero que um dia a gente possa se ver novamente. Te amo meu nego.
 * 08.12.1996 / † 20.08.2011


Bah

domingo, 14 de agosto de 2011

A Universidade 1984

É assim, a gente nasce, cresce, brinca pouco, vai pra escola. Creche, Pré, Ensino Fundamental, Ensino Médio, esses quase que obrigatoriedade para conseguir no mínimo ser alguém pra trabalhar num supermercado. Mas você pode mais que isso, você pode ser alguém com alguma especialização. Aí entra a tão sonhada e cobrada universidade. E lá vamos nós.
Temos que escolher um curso, algo que não só gostaríamos de trabalhar (trabalhar, a universidade serve não como um prazer de conhecimento, mas uma obrigação pra entrar no mercado de trabalho, produzir, consumir, comprar e rodar a máquina capitalista) mas também algo que... dá dinheiro. É a lógica.
Beleza, já encontramos um ponto negativo nessa história de ser alguém. A função da universidade como caráter trabalhístico, apenas.
Eis que entramos pra faculdade e lá, o que nos ensinam, é a questão da competitividade. E olha, se você é um alguém do senso comum, involuntariamente você será uma marionete desse pensamento.
Pensamentos como 'você tem que ser o melhor no que faz'; 'você tem que sair daqui como patrão e não como empregado'; 'aproveite enquanto seus amigos não aproveitam as aulas porque lá fora você vai sair por cima', e etc. Uma lavagem atrás da outra.
Os alunos vão ao delírio. Como essa idéia é fortemente impregnada e aceita, sem questionamento. Bom, isso tudo sem falar sobre a questão do lucro, que na verdade já está embutida de forma explícita (ou não) nestes dois contextos falados, a universidade como finalidade de emprego, e a idéia de competitividade.
Obviamente não tem como fugir muito da questão do emprego, do lucro, afinal, vivemos numa sociedade da ditadura do capital. Dinheiro temos que ter, pra (sobre)viver. Lucro é uma opção, muito desejável aliás, pela grande maioria, e isso vem no pacote da competitividade.
E eu que achava que a faculdade deveria ter um caráter de questionamento, de reflexão, de saída do senso comum e conhecimento do senso crítico. Me enganei, e só consigo ver que essa instituição não passa de um Big Brother Brasil. Até câmeras tem.

Cena do filme '1984'

*Gostaria de deixar registrado que este post eu fiz baseado na graduação que faço atualmente, Design Gráfico. Em posteriores conversas com algumas pessoas que fazem cursos de humanas, como história, filosofia e ciências sociais, percebi que essa característica unilateral não se faz presente em todos os cursos! Ufa, que alívio!

Bah

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Todo coração é uma célula revolucionária

Edukators é um filme alemão que merece ser assistido e reassistido.


Três jovens idealistas, alguns diriam até utópicos, invadem mansões não com a intenção de roubar, destruir, matar (...) mas de trazer reflexão às pessoas que detêm uma parte do controle do capital. Trocam os móveis dos lugares e deixam bilhetes como "você tem muito dinheiro". Numa das invasões, algo dá errado, o que os obriga a tomar uma atitude inesperada.
Tá, não sou boa em criação de sinopses, ficou até parecendo um filme de suspense ou ação. Mas não é!
Não vou contar o filme todo, mas adianto que no filme há cenas de diálogos altamente reflexíveis e que valem muito a pena ver. Abaixo deixo uma das cenas só pra dar um gostinho, #ficaadica!




Todo coração é uma célula revolucionária... desde que entre na luta.

Bah

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dia do Orgulho Hétero??

Uma (re)afirmação dos direitos já garantidos?
Uma resposta à crescente conquista (porém não totalizada) dos direitos homossexuais?
Inveja homembrancohétero?

Ah, é... É que héteros sofrem tanto por serem héteros né...
Você já se assumiu hétero hoje?


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Câmara de SP aprova lei que cria Dia do Orgulho Hétero

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, nesta terça-feira, projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual, de autoria do vereador Carlos Apolinario (DEM).


A data será celebrada anualmente no terceiro domingo de dezembro de cada ano, dia que passará a constar no Calendário Oficial da capital paulista. De acordo com o projeto, o Executivo "envidará esforços no sentido de divulgar a data (...), objetivando conscientizar a população e registrar a luta pela consolidação e defesa daqueles que desejam se manter homens e mulheres". A lei deverá ser regulamentada pelo Executivo dentro de 60 dias.
O projeto segue para a sanção do prefeito Gilberto Kassab. Registraram voto contrário ao texto os 11 vereadores da bancada do PT, os dois da bancada do PCdoB, além de Gilberto Natalini, Claudio Fonseca (PPS), Claudio Prado (PTB), Juscelino Gadelha, Tripoli e Eliseu Gabriel (PSB).
Contrário ao projeto desde o início, o vereador Ítalo Cardoso (PT) afirmou que o projeto aprovado não ajuda em nada para acabar com a discriminação que os homossexuais sofrem. "Esse projeto cria uma categoria diferenciada e acentua a possibilidade de discriminação e preconceito. Espero que chegue logo o dia em que não precisemos mais de leis para defender o direito dos gays", disse.
Apolinário disse que não tem nada contra a "figura humana" dos gays. "A criação do Dia do Hétero não simboliza uma luta contra a figura humana dos gays, e sim contra aquilo que considero que são excessos e privilégios." O vereador autor do projeto disse que não pretende realizar nenhuma marcha ou passeata para celebrar a data.

fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5276754-EI7896,00-Camara+de+SP+aprova+lei+que+cria+Dia+do+Orgulho+Hetero.html

Bah

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma grande ressaca

Viver neste planeta não é tão agradável quanto poderia ser. É óbvio que alguma coisa não deu certo na espaçonave Terra, mas o quê? Talvez um equívoco fundamental quando a natureza (ou quem quer que tenha sido) resolveu pôr em prática a idéia "Ser Humano". Ora. Por que deveria esse animal andar sobre duas pernas e começar a pensar? Mas, enfim, quanto a isso não há muita escolha - temos que aprender a lidar com esse erro da natureza, isto é, nós mesmos. Erros existem para aprendermos com eles.


    Em tempos pré-históricos o negócio não parecia tão mau. Durante o Paleolítico, cinqüenta mil anos atrás, éramos muito poucos. Havia comida abundante (caça e vegetais), e sobreviver exigia só um tempinho de trabalho com esforços modestos. Catar raízes, castanhas ou amoras (não esquecer cogumelos) e matar (ou melhor, pegar na arapuca) coelhos, cangurus, peixes, pássaros ou gamos levava duas a três horas por dia. Repartíamos a carne e os vegetais com os outros e passávamos o resto do tempo dormindo, sonhando, tomando banho de mar e de cachoeira, fazendo amor ou contando histórias. Alguns de nós começaram a pintar as paredes das cavernas, a esculpir ossos e troncos, a inventar novas armadilhas e canções. 
    Perambulávamos pelos campos em bandos de vinte e cinco, mais ou menos, com um mínimo de bagagem e pertences. Preferíamos climas suaves, como o da África, e não havia civilização para expulsar a gente em direção aos desertos, tundras e montanhas. 0 Paleolítico deve ter sido mesmo um bom negócio, a se acreditar nos recentes achados antropológicos. É por isso que ficamos nele por milhares de anos - um período longo e feliz, comparado com os dois séculos do atual pesadelo industrial.
    Aí alguém começou a brincar com plantas e sementes e inventou a agricultura. Parecia uma boa idéia: não tínhamos mais que andar procurando vegetais. Mas a vida ficou mais complicada e trabalhosa. Éramos obrigados a ficar no mesmo lugar por vários meses, a guardar sementes para o plantio seguinte, a planejar e executar o trabalho nos campos . E ainda precisávamos defender as roças dos nossos primos nômades, caçadores e coletores que insistiam em que tudo pertencia a todo mundo.
    Começaram os conflitos entre fazendeiros, caçadores e pastores. Foi preciso explicar aos outros que havíamos trabalhado para acumular nossas provisões, e eles nem tinham uma palavra para trabalho.
    O planejamento, a reserva de comida, a defesa, as cercas, a necessidade de organização e autodisciplina abriram caminho para organismos sociais especializados como igrejas, comandos, exércitos. Criamos religiões com rituais de fertilidade para nos manter convictos da nossa nova escolha de vida. A tentação de voltar à liberdade de caçadores e coletores deve ter sido uma ameaça constante; e, fosse com patriarcado ou matriarcado, estávamos a caminho da instituição, família e propriedade.
    Com o crescimento das antigas civilizações na Mesopotâmia, índia, China e Egito, o equilíbrio entre os humanos e os recursos naturais estava definitivamente arruinado. Programou-se aí o futuro enguiço da espaçonave. Organismos, centralizadores desenvolveram sua própria dinâmica; tornamo-nos vítimas da nossa criação. Em vez de duas horas por dia, trabalhávamos dez ou mais nos campos ou nas construções dos faraós e césares. Morríamos nas guerras deles, éramos deportados como escravos quando eles resolviam, e quem tentasse voltar à liberdade anterior era torturado, mutilado, morto.
    Com o início da industrialização as coisas não melhoraram. Para esmagar as rebeliões na lavoura e a crescente independência dos artesãos nas cidades, introduziu-se o sistema de fábricas. Em vez de capatazes e chicotes, usavam máquinas. Elas comandavam nosso ritmo de ação, punindo automaticamente com acidentes, mantendo-nos sob controle em vastos galpões. Mais uma vez progresso significava trabalho e mais trabalho, em condições ainda mais assassinas. A sociedade inteira, em todo o planeta, estava voltada para uma enorme Máquina do Trabalho. E essa Máquina do Trabalho era ao mesmo tempo uma Máquina da Guerra para qualquer um - de dentro ou de fora - que ousasse se opor. A guerra se tornou industrial, como o trabalho; aliás, paz e trabalho nunca foram compatíveis. Não se pode aceitar a destruição pelo trabalho e evitar que a mesma máquina mate os outros; não se pode recusar a própria liberdade sem ameaçar a liberdade alheia. A Guerra se tornou tão absoluta quanto o Trabalho.
    A nova Máquina do Trabalho criou grandes Ilusões sobre um futuro melhor. Afinal, se o presente era tão miserável, o futuro só podia ser melhor. Até mesmo as organizações de trabalhadores se convenceram de que a industrialização estabeleceria bases para uma sociedade mais livre, com mais tempo disponível, mais prazeres. Utopistas, socialistas e comunistas acreditaram na indústria. Marx pensou que com essa ajuda os humanos poderiam caçar, fazer poesia, gozar a vida novamente. (Pra que tanta volta?) Lenin e Stalin, Castro e Mao e todos os outros pediram Mais Sacrifício para construir a nova sociedade. Mas mesmo o socialismo não passava de um novo truque da Máquina do Trabalho, estendendo seu poder às áreas onde o capital privado não chegaria. Á Máquina do Trabalho não importa ser manejada por multinacionais ou por burocracias de Estado, seu objetivo é sempre o mesmo: roubar nosso tempo para produzir aço.
    A Máquina do Trabalho e da Guerra arruinou definitivamente nossa espaçonave e seu futuro natural: os móveis (selvas, bosques, lagos, mares) estão em farrapos; nossos amiguinhos (baleias, tartarugas, tigres, águias) foram exterminados ou ameaçados; o ar (fumaça, chuva ácida, resíduos industriais) é fedorento e perdeu todo o sentido de equilíbrio; as reservas (combustíveis fósseis, carvão, metais) vão se esgotando; e está em preparo (holocausto nuclear) a completa autodestruição. Não somos capazes nem de alimentar todos os passageiros desta nave avariada. Ficamos tão nervosos e irritáveis que estamos prontos para os piores tipos de guerra: nacionalistas, raciais ou religiosas. Para muitos de nós, o holocausto nuclear não é mais uma ameaça, mas a bem-vinda libertação do medo, do tédio, da opressão e da escravidão.


    Três mil anos de civilização e duzentos de acelerado progresso industrial deixaram a gente com uma enorme ressaca. A tal da economia se tornou um objetivo em si mesma, e está quase nos engolindo. Este hotel aterroriza seus hóspedes. Mesmo a gente sendo hóspede e hoteleiro ao mesmo tempo.


Bah