segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Abrindo a janela

Não se explica muitos poemas, assim como não se explica muitas obras de arte (não é uma regra), pois é por si só uma obra cheia de questionamentos e particularidades.
Hoje não precisei sair para criar o que muitas vezes é preciso viver antes de fazer, porém estava na dúvida se ainda me encontrava viva ou morta ou uma morta-viva.
Bastou abrir a janela para provar um pouco do vento, um simples ato condicionado, seguido de um muro em minha frente o que me fez surgir palavras e aquele sentimento inexplicável, dizendo que ainda estava respirando e podia continuar o dia.


O que adianta abrir a janela,
pra tentar enxergar,
essa minha liberdade cega,
se há essa massa de concreto,
que endurece ainda mais com o tempo?
Vejo algumas folhas se movendo,
inquietas, tentando ir contra o vento.
Vejo pássaros apoiando-se em antenas,
acreditando estar em galhos,
voando rápido para provarem
ao máximo de sua liberdade,
que ainda não se sabe ao certo...
o que é?
Mas para não serem pegos
rapidamente,
Somem em meio ao céu.
E os que estão em gaiolas?

Lê.

2 comentários:

  1. MUITO legal. Parabéns pra Lê! Que ela escreva sempre! Adorei!

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  2. e o horizonte então,
    perdeu-se em meio a tantos arranha-céus.

    estamos amontoados em quatro paredes.
    proteção?
    prisão!

    o micro dá sustentação ao macro,
    nem ao menos conhecemos o vizinho,
    que mora ao lado.

    meus parabéns também pelo poema! muito bom!
    =]

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