Um pouco sobre a exploração de grandes corporações, parte 1 - MC DONALD´S
fonte: http://jornadacriminosa.com.br/
Bah
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Abrindo a janela
Não se explica muitos poemas, assim como não se explica muitas obras de arte (não é uma regra), pois é por si só uma obra cheia de questionamentos e particularidades.
Hoje não precisei sair para criar o que muitas vezes é preciso viver antes de fazer, porém estava na dúvida se ainda me encontrava viva ou morta ou uma morta-viva.
Bastou abrir a janela para provar um pouco do vento, um simples ato condicionado, seguido de um muro em minha frente o que me fez surgir palavras e aquele sentimento inexplicável, dizendo que ainda estava respirando e podia continuar o dia.
O que adianta abrir a janela,
pra tentar enxergar,
essa minha liberdade cega,
se há essa massa de concreto,
que endurece ainda mais com o tempo?
Vejo algumas folhas se movendo,
inquietas, tentando ir contra o vento.
Vejo pássaros apoiando-se em antenas,
acreditando estar em galhos,
voando rápido para provarem
ao máximo de sua liberdade,
que ainda não se sabe ao certo...
o que é?
Mas para não serem pegos
rapidamente,
Somem em meio ao céu.
E os que estão em gaiolas?
Lê.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
A pior violência
Sempre rodam no facebook fotos de ativismo virtual. Pessoas revoltadas com guerras, violências, manipulação midiática. Logo, todo mundo se torna ativista de várias causas.
Recentemente tem rodado uma de uma moça que matou um cachorro. O facebook em peso se colocou contra o assassinato do animal. Claro, realmente é revoltante ver esse tipo de coisa e a impunidade (o que seria 'adequado' fazer neste caso??) rolando solta. Mas aí começam a rodar esse tipo de imagem:
E eu me pergunto: as piadas contadas pelo carinha do CQC não são também formas de violência? Violências que não são diretas, que não são físicas, mas que também são violência pois naturalizam e banalizam a violência. Ele é o professor, que fala o que pode ser feito, e a moça é sua aluna, neste caso... Táh, a piada que ele fez nada tem a ver com violência animal. Mas machismo também não é violência? Sexismo, pedofilia?
Acho que não é só uma forma de violência moral, como a raíz de vários problemas de violência que existem hoje em dia. Porque o consumo de carne não é considerado violência e nem crime? Pois este ato foi naturalizado, há quem não consiga associar a carne do açougue com o porco do sítio. E a pedofilia? Será que não pode ser associada com a naturalização de sua prática por piadas como esta?
Enfim, fica pra reflexão. Esta foi a mensagem que deixei no facebook ao compartilhar a foto:
Pq NÃO concordo com essa foto: A propagação da violência da pessoa que matou o animal é só o aprendizado sendo colocado em prática da violência da pessoa que naturaliza o preconceito ou a violência através de piadas. CHEGA DE VIOLÊNCIA FÍSICA E MORAL!
Recentemente tem rodado uma de uma moça que matou um cachorro. O facebook em peso se colocou contra o assassinato do animal. Claro, realmente é revoltante ver esse tipo de coisa e a impunidade (o que seria 'adequado' fazer neste caso??) rolando solta. Mas aí começam a rodar esse tipo de imagem:
E eu me pergunto: as piadas contadas pelo carinha do CQC não são também formas de violência? Violências que não são diretas, que não são físicas, mas que também são violência pois naturalizam e banalizam a violência. Ele é o professor, que fala o que pode ser feito, e a moça é sua aluna, neste caso... Táh, a piada que ele fez nada tem a ver com violência animal. Mas machismo também não é violência? Sexismo, pedofilia?
Acho que não é só uma forma de violência moral, como a raíz de vários problemas de violência que existem hoje em dia. Porque o consumo de carne não é considerado violência e nem crime? Pois este ato foi naturalizado, há quem não consiga associar a carne do açougue com o porco do sítio. E a pedofilia? Será que não pode ser associada com a naturalização de sua prática por piadas como esta?
Enfim, fica pra reflexão. Esta foi a mensagem que deixei no facebook ao compartilhar a foto:
Pq NÃO concordo com essa foto: A propagação da violência da pessoa que matou o animal é só o aprendizado sendo colocado em prática da violência da pessoa que naturaliza o preconceito ou a violência através de piadas. CHEGA DE VIOLÊNCIA FÍSICA E MORAL!
domingo, 18 de dezembro de 2011
Questionamentos inocentes
Comecei a perceber algo em mim que chegou até a me assustar, incomodar. Estava desenterrando uns escritos antigos de minha gaveta, de quando comecei a fazer reflexões sobre alguns questionamentos da sociedade e vi que escrevia muito mais, colocava minhas reflexões no papel independente se estavam "boas" ou "ruins", se eram importantes ou não. As coisas ainda não me eram óbvias, estava descobrindo questões que não tinha parado pra pensar no tanto que me aprisionavam, e não queria parar de buscar e fazer questionamentos e o que era mais importante para mim, colocar no papel, independente se alguém iria ler ou não. Indo direto ao ponto, hoje assisto documentários como alguns desses que estão postados aqui, com assuntos que já li sobre, muitas vezes superficialmente, que acabaram se tornando comuns de certa forma, e óbvias demais para querer colocar em um blog e achar que alguém irá ler (como diz a Bah, "Nem sei quantas e quem são as pessoas que perdem seu tempo neste local."). Tenho a ferramenta onde pessoas que nem conheço podem ter acesso, mas não sei direito qual a melhor forma de usar e em quem vai chegar.
Milhares de assuntos são banalizados diariamente, passam despercebidos, e agora que eu poderia fazer reflexões e talvez repassar os "choques" que tomei no início, simplesmente travo, faço um verso ou outro, mas não é como antes, quando minhas pequenas reflexões pareciam tão inocentes, mas com uma grande dose de importância. Pergunto-me até que ponto e se estou deixando de lado os assuntos que considerava importantes como se já fosse óbvio a todos e me tornando apenas mais um que reflete, mas se esquece do que era no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido. É um desabafo particular, podendo até ser chato de ler. Tento passar toda minha sinceridade na escrita e perdendo isso, a indagação "inocente", me faz questionar se não estou de alguma forma me acostumando com coisas que não eram pra se acostumar, em coisas que eu sabia que não eram pra se acostumar e sempre quis mostrar aos outros, mas acabei deixando passar, esquecendo que ainda tenho muito com o que me "chocar", mostrar, lutar. Agora talvez seja a hora de repensar e não deixar passar as questões que considerava óbvias aos meus olhos, pois ao dos outros podem não ser, como aos meus podem continuar não sendo. Trocar minhas lentes, até não mais precisá-las.
Milhares de assuntos são banalizados diariamente, passam despercebidos, e agora que eu poderia fazer reflexões e talvez repassar os "choques" que tomei no início, simplesmente travo, faço um verso ou outro, mas não é como antes, quando minhas pequenas reflexões pareciam tão inocentes, mas com uma grande dose de importância. Pergunto-me até que ponto e se estou deixando de lado os assuntos que considerava importantes como se já fosse óbvio a todos e me tornando apenas mais um que reflete, mas se esquece do que era no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido. É um desabafo particular, podendo até ser chato de ler. Tento passar toda minha sinceridade na escrita e perdendo isso, a indagação "inocente", me faz questionar se não estou de alguma forma me acostumando com coisas que não eram pra se acostumar, em coisas que eu sabia que não eram pra se acostumar e sempre quis mostrar aos outros, mas acabei deixando passar, esquecendo que ainda tenho muito com o que me "chocar", mostrar, lutar. Agora talvez seja a hora de repensar e não deixar passar as questões que considerava óbvias aos meus olhos, pois ao dos outros podem não ser, como aos meus podem continuar não sendo. Trocar minhas lentes, até não mais precisá-las.
Sinopse: Apesar do nome sugerir, essa animação não apresenta uma única história, mas uma série de gags, às vezes relacionadas entre si. Baseado nas tiras da turma da Mafalda, personagem do argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, o filme também é conhecido pelo nome adotado na Espanha: "El Mundo de Mafalda".Uma visão crítica do mundo dos adultos.
Lê.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
Olhos Azuis
Eu sei que enche o saco postar só vídeos, poucos textos, e pouca reflexão e minhas percepções sobre os vídeos. As vezes meu intuito é a reflexão de quem assiste, que pode gerar uma discussão, o que nem sempre rola porque também nem sei quantas e quem são as pessoas que perdem seu tempo neste local.
Quero me empenhar mais pra escrever mais textos, mais pensamentos, mais reflexões. Mas tem coisas que não podem passar batido. Esse vídeo abaixo me torturou bastante, torturou porque acho que é exatamente esta a intenção do vídeo, colocar as pessoas diante de uma pequena parcela de sofrimento que se submetem diariamente àqueles conhecidos como 'minorias'. É um vídeo que fala sobre preconceitos. Racismo principalmente, mas também machismo, homofobia, etc. Quanto ao método utilizado no vídeo pra que as pessoas com características físicas de 'dominantes' pudessem perceber, sentir, se tocar, de como é a vida de tantas pessoas que sofrem diversas formas de preconceito, no começo fiquei dividida: achei lindo por ela conseguir alcançar seu objetivo, mas ao mesmo tempo achei que ela pega pesado. Eu sofri junto! Sofri independente da cor dos olhos das pessoas que estavam alí. Porque todos alí, se até então não tinham algo pra contar, agora tem. Não consigo muito expressar em palavras a experiência de ver este vídeo, talvez porque ainda esteja digerindo ele, mesmo após alguns dias já terem se passado.
Olhos azuis, este vídeo não merece ser ignorado!
Quero me empenhar mais pra escrever mais textos, mais pensamentos, mais reflexões. Mas tem coisas que não podem passar batido. Esse vídeo abaixo me torturou bastante, torturou porque acho que é exatamente esta a intenção do vídeo, colocar as pessoas diante de uma pequena parcela de sofrimento que se submetem diariamente àqueles conhecidos como 'minorias'. É um vídeo que fala sobre preconceitos. Racismo principalmente, mas também machismo, homofobia, etc. Quanto ao método utilizado no vídeo pra que as pessoas com características físicas de 'dominantes' pudessem perceber, sentir, se tocar, de como é a vida de tantas pessoas que sofrem diversas formas de preconceito, no começo fiquei dividida: achei lindo por ela conseguir alcançar seu objetivo, mas ao mesmo tempo achei que ela pega pesado. Eu sofri junto! Sofri independente da cor dos olhos das pessoas que estavam alí. Porque todos alí, se até então não tinham algo pra contar, agora tem. Não consigo muito expressar em palavras a experiência de ver este vídeo, talvez porque ainda esteja digerindo ele, mesmo após alguns dias já terem se passado.
Olhos azuis, este vídeo não merece ser ignorado!
E só pra não passar batido, uma música foda!
Bah
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sociedade Morta
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Experimenta falar a verdade...
... experimenta??
Jornalista é demitida após soltar as seguintes frases num programa jornalístico:
Bah
Jornalista é demitida após soltar as seguintes frases num programa jornalístico:
Bah
Notas sobre "Admirável Mundo Novo" - Aldous Huxley
"As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um grave defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes baixas; abolir o amor à natureza, mas não a tendência a consumir transporte. - Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley"
Notas sobre "Admirável Mundo Novo"
O livro escrito em 1932, por Aldous Huxley, é surpreendente. Talvez nem o próprio autor soubesse o quão próxima nossa realidade se tornou (e continua caminhando de encontro) ao futuro fictício traçado.
Não queremos através deste texto narrar o seu conteúdo, mas sim tentar traçar um paralelo entre a obra de Huxley e algumas 'coincidências' hoje vivenciadas.
Pra quem leu, acrescente suas idéias, comente, pire. Pra quem não leu, #FikaDica!
Sobre a Hipnopedia:
Hipnopedia ou "sleep-learning" é uma suposta técnica de aprendizado baseada na assimilação de conteúdo durante o sono (através da reprodução de um gravador, por exemplo). Apenas em 1956 pesquisas mostraram que este método é ineficaz.
Huxley utiliza este método em sua ficção como uma forma de ensinar livre do risco do desenvolvimento da capacidade crítica. Memoriza-se e reproduz.
Traçamos um paralelo entre a hipnopedia e a forte influência midiática sobre "formação" (ou cópia) de opinião. É fato que o grande latifúndio informativo age por interesses (e sabemos bem quais são estes interesses) e que não raramente usam de distorção dos fatos pra manipular telespectadores e atrair seguidores. E como bem diz aquela famosa frase atribuída a Joseph Goebbels (aquele compadre do camarada de bigodinho engraçado... Não o Chaplin!!! O outro!!!): "Uma mentira repetida várias vezes torna-se uma verdade".
Como exemplo, vemos o recente caso dos "alunos baderneiros anarquistas maconheiros" da USP versus a "gloriosa Polícia Militar". A mídia tecla tanto em cima disso (deu pra notar de que lado ela está?) que muitos apenas reproduzem seu conteúdo, sem questionar, sem se aprofundar no assunto, sem muitas vezes saber do que está falando. (É importante não generalizar a palavra "mídia", por isso o uso da expressão "latifúndio informativo", sobre as grandes corporações que detêm o controle e o poder da transmissão da informação em larga escala).
Além disso, fazendo uma linkagem entre o latifúndio informativo e seus interesses (econômicos?) difundidos através das informações diárias (vide Jornal Nacional e Cia ltda), com a questão da omissão da verdade e transmissão de mentiras, nota-se que essa omissão não é necessariamente ruim, pois em troca temos conforto, felicidades (por mais superficiais que sejam) como bem descreve Huxley nesta frase: “(...)nesse ponto, as pessoas estavam dispostas a deixar controlar até os seus apetites. Qualquer sacrifício em troca de uma vida sossegada. Desde então, nós temos continuado a controlar. Isso não foi muito bom para a 'verdade', sem dúvida. Mas foi excelente para a ‘felicidade’.”
Conformismo?? Individulidade??
Como a Hipnopedia foi remodelada para os dias de hoje:
Se repararmos bem, a LUZ fascina a humanidade. Desde os tempos primórdios os humanos se reúnem em torno da fogueira, hoje, em torno da televisão (fonte de luz - substituição da fogueira). A televisão deixa as pessoas num estado letárgico. Elas estão acordadas, e por isso, a hipnopedia é possível, a absorção do ponto de vista externo é feito com a pessoa acordada, mas, passiva. Seria ingenuidade acreditar que os produtores por trás da televisão não conheçam este poder.
Também nota-se como, nas repetidas frases de hipnopedia, se fala sobre o trabalho. Como bem coloca Paul Lafargue em seu livro "Direito à Preguiça", que defende que o trabalho foi sacrosantificado (Em vez de ragir contra esta aberração mental, os padres, os economistas, os moralistas sacrossantificaram o trabalho). Mais uma coincidência?
Sobre a Divisão de Castas:
Na sociedade de Huxley todos são filhos de proveta, feitos para sua classe social. Hoje, não existe isso, mas, podemos observar uma "endogamia social" que gera um efeito - não tão determinista, mas, marcante - As escolas de ricos-classes médias - classes baixas não são as mesmas, os empregos não são os mesmos, os ambientes de lazer não são os mesmos. É quase uma regra que as pessoas se envolvam com outras de mesma classe social. Inclusive, relacionamentos que envolvam pessoas de classes sociais diferentes muitas vezes são mal vistos pelas famílias e amigos dos envolvidos. Quanto a separação de castas no ambiente de trabalho é feita a partir de uniformes. A ausência total de uniforme marca a elite, o branco a classe média e técnicos, as outras cores o operariado.
No livro, encontramos um exemplo que se assemelha com o relacionamento "inter-classe":
Nota-se a insatisfação da personagem de Bernard Marx com seu próprio corpo. Ele é um ALPHA, ou seja, um privilegiado, uma casta superior. Porém, seu físico não é de um ALPHA, ou seja, ele não se enquadra ao padrão de beleza de sua "espécie", e sofre por isso. Há quem diga que na sua criação, por engano, colocaram álcool em seu pseudo-sangue, algo não normal para um ALPHA, mas comum em outras castas. Será que ele é... MISCIGENADO?
Sobre a Questão Sexual:
Deixar a pessoa imatura, mais preocupada com "quem vai sair", com "onde vai se divertir" do que pensar na vida. A estabilidade emocional é perigosa. Criemos uma sociedade de depravados sexuais, cujas mentalidades sempre serão adolescentes. Outro paralelo com a realidade?
"Aí delícia, aí delicia, assim você me mata"
Afinal, apesar da falsa sensação de liberdade, não é a população que escolhe seus gostos (a hipopedia televisiva o faz).
Sobre a SOMA:
Não dá pra não comparar a droga SOMA, comprimidos de fuga da realidade, de conformidade, com a Televisão.
Os comprimidos foram muito bem pensados, pra impedir que o pensamento crítico viesse à tona. Um pouco de "Fantástico, o show da vida", onde intercala-se uma notícia ruim, seguida de uma notícia boa pra anestesiar o choque da ruim... Que lógica fascinante!
Sobre o consumo:
Nota-se em nossa sociedade atual que o consumo é uma válvula de escape pra muitas decepções, frustrações, e as ditas ‘doenças da pós-modernidade’. Assim como no pós 11 de Setembro, onde o então presidente estadunidense Bush aconselhou que as pessoas... consumissem (o que se poderia pensar após um ataque que mataria quase 3.000 pessoas se não sair e fazer compras?) Huxley já descrevia em seu livro: “Imaginem que tolice, permitir que as pessoas se dedicassem a jogos complicados que não contribuíam em nada para aumentar o consumo. Atualmente, os administradores não aprovam nenhum jogo novo, salvo se se demonstrar que ele necessita, pelo menos, de tantos acessórios quanto o mais complicado dos jogos existentes.”
Só me questiono se de fato toda essa produção tecnológica que nos mantém em constantes confortos e felicidades superficiais não cumprem um papel inverso, de aprisionamento. Vide como uma criança olha estagnada para um aparelho celular, e as brincadeiras de rua quase em extinção...
Mais uma dose (de soma) é claro que eu to afim...
Após a leitura do livro, cuja trama se desenvolve pela inserção de um "selvagem" nesta sociedade artificial, fica um vazio. Huxley te dá e te toma. Te dá muito o que pensar e te toma o sossego. Não precisamos concordar com seus pontos de vista sobre a sociedade para admirar Huxley, ele foi um visionário com maior poder de previsão que Nostradamus, mãe Diná e qualquer horóscopo, e a prova disso são os inúmeros paralelos que podemos traçar com a realidade (paralelos que não se resumem aos citados, ao contrário, vão muito além).
Postagem resultado da colaboração de Natureza Artificial e Coletivo Krisis
Bah
Notas sobre "Admirável Mundo Novo"
O livro escrito em 1932, por Aldous Huxley, é surpreendente. Talvez nem o próprio autor soubesse o quão próxima nossa realidade se tornou (e continua caminhando de encontro) ao futuro fictício traçado.
Não queremos através deste texto narrar o seu conteúdo, mas sim tentar traçar um paralelo entre a obra de Huxley e algumas 'coincidências' hoje vivenciadas.
Pra quem leu, acrescente suas idéias, comente, pire. Pra quem não leu, #FikaDica!
Sobre a Hipnopedia:
Hipnopedia ou "sleep-learning" é uma suposta técnica de aprendizado baseada na assimilação de conteúdo durante o sono (através da reprodução de um gravador, por exemplo). Apenas em 1956 pesquisas mostraram que este método é ineficaz.
Huxley utiliza este método em sua ficção como uma forma de ensinar livre do risco do desenvolvimento da capacidade crítica. Memoriza-se e reproduz.
Traçamos um paralelo entre a hipnopedia e a forte influência midiática sobre "formação" (ou cópia) de opinião. É fato que o grande latifúndio informativo age por interesses (e sabemos bem quais são estes interesses) e que não raramente usam de distorção dos fatos pra manipular telespectadores e atrair seguidores. E como bem diz aquela famosa frase atribuída a Joseph Goebbels (aquele compadre do camarada de bigodinho engraçado... Não o Chaplin!!! O outro!!!): "Uma mentira repetida várias vezes torna-se uma verdade".
Como exemplo, vemos o recente caso dos "alunos baderneiros anarquistas maconheiros" da USP versus a "gloriosa Polícia Militar". A mídia tecla tanto em cima disso (deu pra notar de que lado ela está?) que muitos apenas reproduzem seu conteúdo, sem questionar, sem se aprofundar no assunto, sem muitas vezes saber do que está falando. (É importante não generalizar a palavra "mídia", por isso o uso da expressão "latifúndio informativo", sobre as grandes corporações que detêm o controle e o poder da transmissão da informação em larga escala).
Além disso, fazendo uma linkagem entre o latifúndio informativo e seus interesses (econômicos?) difundidos através das informações diárias (vide Jornal Nacional e Cia ltda), com a questão da omissão da verdade e transmissão de mentiras, nota-se que essa omissão não é necessariamente ruim, pois em troca temos conforto, felicidades (por mais superficiais que sejam) como bem descreve Huxley nesta frase: “(...)nesse ponto, as pessoas estavam dispostas a deixar controlar até os seus apetites. Qualquer sacrifício em troca de uma vida sossegada. Desde então, nós temos continuado a controlar. Isso não foi muito bom para a 'verdade', sem dúvida. Mas foi excelente para a ‘felicidade’.”
Conformismo?? Individulidade??
Como a Hipnopedia foi remodelada para os dias de hoje:
Se repararmos bem, a LUZ fascina a humanidade. Desde os tempos primórdios os humanos se reúnem em torno da fogueira, hoje, em torno da televisão (fonte de luz - substituição da fogueira). A televisão deixa as pessoas num estado letárgico. Elas estão acordadas, e por isso, a hipnopedia é possível, a absorção do ponto de vista externo é feito com a pessoa acordada, mas, passiva. Seria ingenuidade acreditar que os produtores por trás da televisão não conheçam este poder.
Também nota-se como, nas repetidas frases de hipnopedia, se fala sobre o trabalho. Como bem coloca Paul Lafargue em seu livro "Direito à Preguiça", que defende que o trabalho foi sacrosantificado (Em vez de ragir contra esta aberração mental, os padres, os economistas, os moralistas sacrossantificaram o trabalho). Mais uma coincidência?
Sobre a Divisão de Castas:
Na sociedade de Huxley todos são filhos de proveta, feitos para sua classe social. Hoje, não existe isso, mas, podemos observar uma "endogamia social" que gera um efeito - não tão determinista, mas, marcante - As escolas de ricos-classes médias - classes baixas não são as mesmas, os empregos não são os mesmos, os ambientes de lazer não são os mesmos. É quase uma regra que as pessoas se envolvam com outras de mesma classe social. Inclusive, relacionamentos que envolvam pessoas de classes sociais diferentes muitas vezes são mal vistos pelas famílias e amigos dos envolvidos. Quanto a separação de castas no ambiente de trabalho é feita a partir de uniformes. A ausência total de uniforme marca a elite, o branco a classe média e técnicos, as outras cores o operariado.
No livro, encontramos um exemplo que se assemelha com o relacionamento "inter-classe":
Nota-se a insatisfação da personagem de Bernard Marx com seu próprio corpo. Ele é um ALPHA, ou seja, um privilegiado, uma casta superior. Porém, seu físico não é de um ALPHA, ou seja, ele não se enquadra ao padrão de beleza de sua "espécie", e sofre por isso. Há quem diga que na sua criação, por engano, colocaram álcool em seu pseudo-sangue, algo não normal para um ALPHA, mas comum em outras castas. Será que ele é... MISCIGENADO?
Sobre a Questão Sexual:
Deixar a pessoa imatura, mais preocupada com "quem vai sair", com "onde vai se divertir" do que pensar na vida. A estabilidade emocional é perigosa. Criemos uma sociedade de depravados sexuais, cujas mentalidades sempre serão adolescentes. Outro paralelo com a realidade?
"Aí delícia, aí delicia, assim você me mata"
Afinal, apesar da falsa sensação de liberdade, não é a população que escolhe seus gostos (a hipopedia televisiva o faz).
Sobre a SOMA:
Não dá pra não comparar a droga SOMA, comprimidos de fuga da realidade, de conformidade, com a Televisão.
Os comprimidos foram muito bem pensados, pra impedir que o pensamento crítico viesse à tona. Um pouco de "Fantástico, o show da vida", onde intercala-se uma notícia ruim, seguida de uma notícia boa pra anestesiar o choque da ruim... Que lógica fascinante!
Sobre o consumo:
Nota-se em nossa sociedade atual que o consumo é uma válvula de escape pra muitas decepções, frustrações, e as ditas ‘doenças da pós-modernidade’. Assim como no pós 11 de Setembro, onde o então presidente estadunidense Bush aconselhou que as pessoas... consumissem (o que se poderia pensar após um ataque que mataria quase 3.000 pessoas se não sair e fazer compras?) Huxley já descrevia em seu livro: “Imaginem que tolice, permitir que as pessoas se dedicassem a jogos complicados que não contribuíam em nada para aumentar o consumo. Atualmente, os administradores não aprovam nenhum jogo novo, salvo se se demonstrar que ele necessita, pelo menos, de tantos acessórios quanto o mais complicado dos jogos existentes.”
Só me questiono se de fato toda essa produção tecnológica que nos mantém em constantes confortos e felicidades superficiais não cumprem um papel inverso, de aprisionamento. Vide como uma criança olha estagnada para um aparelho celular, e as brincadeiras de rua quase em extinção...
Mais uma dose (de soma) é claro que eu to afim...
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Abaixo, uma pequena entrevista com o autor do livro.
Postagem resultado da colaboração de Natureza Artificial e Coletivo Krisis
Bah
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Obsolescência Programada
Você já ouviu falar em obsolescência programada?? Já parou pra pensar porque muitas vezes sai mais caro consertar um aparelho onde uma única e mínima peça foi quebrada do que comprar todo um aparelho novo?? Já parou pra pensar de onde vem tudo o que consumimos?? E pra onde vai todo o lixo que é diariamente descartado?? Já pensou no que está por trás disso tudo??
Dois vídeos para reflexão sobre estes questionamentos.
Dois vídeos para reflexão sobre estes questionamentos.
Bah
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
A Ilha da Mídia
Este post foi descaradamente roubado do Coletivo Krisis. Pois acredito que a informação, que nesse caso não vem em nome de nenhuma família, mas sim daqueles que não tem voz, deve ser passado para frente.
Bah
sábado, 26 de novembro de 2011
Cultura, Tradição, Costume...
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Pra DP
Ué, não era o senhor prefeito Silvio Félix que disse tempos atrás: "Aqui em Limeira a autoridade sou eu!". Cadê a autoridade agora, senhor prefeito??
(Agora, oficialmente, a cidade da laranja)!
(Agora, oficialmente, a cidade da laranja)!
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Mulher, filhos e cunhadas do prefeito são presos em operação do MP
Eles são suspeitos de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha
24/11/2011 - 08:01
A primeira-dama de Limeira, Constância Félix, foi presa na madrugada desta quinta-feira (24), em sua casa, por uma operação deflagrada pelas unidades do Ministério Público de Piracicaba, São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas e Franca. Constância Félix é investigada pelo MP por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal, furto qualificado e falsidade ideológica. Os valores da lavagem de dinheiro, segundo o MP, podem ultrapassar os R$ 20 milhões.
Foram detidas 11 pessoas. Documentos e computadores foram apreendidos nas casas dos suspeitos e todos foram levados para a Delegacia Seccional da cidade. Outras pessoas ainda devem ser presas ao longo do dia.
Foram detidas 11 pessoas. Documentos e computadores foram apreendidos nas casas dos suspeitos e todos foram levados para a Delegacia Seccional da cidade. Outras pessoas ainda devem ser presas ao longo do dia.
O prefeito Sílvio Félix (PDT) disse não saber o que está acontecendo. A prefeitura de Limeira ainda não se pronunciou sobre as prisões.
Link com a matéria completa:
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Desabafo da madrugada...
...aquele que ninguém vai ler.
Estou sem sono, mas tenho que dormir. TENHO! Senão amanhã não acordo pra trabalhar. Oh bendito (maldito?) trabalho sacrossantificado que fostes! Você existe pra me dar dinheiro, pra eu pagar dívidas, pra eu gastar com futilidades, pra eu por no banco e aumentar o controle dos mesmos sobre nós mesmos! Aumenta a desigualdade que tanto odiamos. Mas participamos. Somos os escravos que damos corda ao brinquedo chamado sistema. Quando a pilha vai acabar? NÃO ACABA! Porque diariamente o alimentamos. O alimentamos para nos alimentar. É um ciclo sem fim. É um ciclo que dá medo. SOMA, preciso de uma dose de SOMA pra eu fingir que tah tudo bem! No fundo, tah tudo bem. Mesmo?
Bah
Estou sem sono, mas tenho que dormir. TENHO! Senão amanhã não acordo pra trabalhar. Oh bendito (maldito?) trabalho sacrossantificado que fostes! Você existe pra me dar dinheiro, pra eu pagar dívidas, pra eu gastar com futilidades, pra eu por no banco e aumentar o controle dos mesmos sobre nós mesmos! Aumenta a desigualdade que tanto odiamos. Mas participamos. Somos os escravos que damos corda ao brinquedo chamado sistema. Quando a pilha vai acabar? NÃO ACABA! Porque diariamente o alimentamos. O alimentamos para nos alimentar. É um ciclo sem fim. É um ciclo que dá medo. SOMA, preciso de uma dose de SOMA pra eu fingir que tah tudo bem! No fundo, tah tudo bem. Mesmo?
Bah
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Remédios e Doenças
Os remédios existem pra curar as doenças. As doenças existem pra que se possam existir os remédios. Os remédios realmente curam as doenças? As doenças são criações motivadas pelas vendas dos remédios? O que são doenças? O que são remédios? Ah é... o velho novo mundo capetalista. Isso explica os remédios... e as doenças...
do livro: Quinoterapia - Quino
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Ok, já faz um tempo que a gripe suína H1N1 assustou geral, virou uma pandemia e todo mundo correu nas farmácias comprar Tamiflu e álcool em gel, lembra? Pois é, por mais que o tumulto tenha passado, é importante lembrar deste fato e de todo o interesse por trás desse tema, o que não foi a primeira vez e nem será a última em que a vida tem valor 0 negativo em relação aos interesses econômicos.
Bah
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
"Poema" ou algo assim...
Perdendo a ética...
Dizem perder a ética,
Quando estamos com fome.
Já perdi a minha há tempos,
Com escola, trabalho,
Comportamentos padronizados.
Ainda estou sem comer,
Jejuando.
Estou com fome,
E não é de encher o estômago.
É de viver,
Liberdade, amor, inspiração.
Troco comida por palavras.
Pois minha fome é outra.
E não podendo me alimentar,
Perco a tal ética,
Tudo bloqueia e nada flui.
Hoje, feriado,
Como migalhas do tempo,
Do meu “tempo livre”,
Em que posso expressar,
O quanto ainda tenho fome,
E o quanto ela precisa cessar.
Lê
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Boas Vindas
A partir dos próximos posts este blog terá uma nova blogueira: Letícia, seja bem vinda e usufrua disso aqui através de suas palavras, de seus pensamentos, de suas revoltas, idéias e ideais. Tenho certeza que vc vem pra acrescentar. A casa é nossa, maluco!!
Bah
Bah
sábado, 29 de outubro de 2011
A ditadura dos comportamentos
- Qual é o papel do Estado diante destes casos de violência homofóbica??
- Criminalizar a homofobia através da aprovação do PL 122.
Através de um Café Filosófico sobre o tema Homossexualidade, feito por um padre e um frei que escreveram um livro sobre o tema, pude perceber o quanto a igreja católica "evoluiu" nesse ponto. Não gosto da palavra evolução, mas na falta de uma melhor, esta serve. Pude perceber que existem pessoas dentro da igreja que aceitam e respeitam como algo natural ao ser humano, e não mais patologicamente nem "espíritomaliguinamente". Eu, que tinha uma visão extremamente generalizada sobre os cristãos católicos, ignorando totalmente a individualidade do ser em sua capacidade autônoma de livre-pensamento, fiquei extremamente surpreendida em saber que existem seres "superiores", segundo a hierarquia da religião, que encaram esse tema com tanta naturalidade e sem imposições homofóbicas; muito pelo contrário, lutam para que a homofobia seja cancelada dentro das igrejas. Bom, discordei de vários posicionamentos dos padres, principalmente quando entra na questão de gênero, mas não é nisso que quero me focar agora. Durante a dialética entre os participantes, alguém questionou ao padre qual seria o papel do Estado em relação aos casos de violência homofóbica. O padre (e não só ele, pois alguns concordaram) deu como solução ao caso a aprovação do PL122 que criminaliza a homofobia e pune os homofóbicos que agem violentamente. Num outro momento, uma mulher cristã deu seu "testemunho" sobre um filho homossexual que ela tem. Disse que começou a perceber que ele era "diferente" já quando era criança, quando preferia brincadeiras "femininas" às "masculinas'.
Bom, antes de mais nada, gostaria de deixar claro que não sou contra o PL122. Mas de fato não acredito na efetividade de uma lei como solução de um problema. Na verdade essa lei tem um caráter posterior, ou seja, se aplica após o crime ser cometido. Também não sou contrária à idéia de impunidade, mas confesso não ter um posicionamento concreto em relação "ao que fazer com um 'criminoso'". Não vejo cadeias como algo solucionável, na verdade vejo as cadeias como parte do problema.
O que quero dizer é que não adianta focarmos numa solução posterior ao crime, sem pensarmos no que gera esse crime. Deve-se pensar na raíz do problema para que através disso possamos enxergar o que faz com que as pessoas tenham comportamentos de agressividade em relação aos seus "diferentes". E acredito que a raís do problema seja justamente essa diferenciação comportamental justificada pelo sexo (biologicamente falando, homem e mulher). Vivemos numa sociedade heterossexista e ditadora de um padrão de comportamento diferenciado para os sexos, ou seja, homens tem que se comportar da maneira x e mulheres da maneira y. Esses comportamentos ditos "masculinos" e "femininos" não tem uma justificativa biológica, mas faz parte de uma construção cultural, história e etc. Já falei sobre isso num outro post, lá da pra ter uma idéia de onde to querendo chegar (clique aqui para ler). Nisso, eu volto ao argumento da mulher que percebeu a "diferença" no filho a partir de seu comportamento "feminino" já na infância. Ok, que existem homens homossexuais com comportamentos "femininos", de fato existem, mas não é uma regra da homossexualidade masculina, assim como não é regra da homossexualidade feminina ter comportamentos "masculinos", já que existem pessoas de comportamentos opostos ao seu sexo que não necessariamente são homossexuais. Mas aí eu questiono o que de fato são estes comportamentos femininos e masculinos e porque temos que nos submeter à eles?? Será que não mora nesse discurso conservador a raíz do problema de haver tanta violência gratuita contra o que é "diferente"? Afinal, quem é homem sabe, pois aprendeu na sua "educação", que ele tem de ser um homem violento, agressivo, forte, pois isso faz parte do pacote masculino. Dentro desse pacote, obviamente, existe a imposição do comportamento heterossexual, onde a pessoa só descobre o que é e que existe a homossexualidade quando se depara com alguém que é ou em N outras situações, e não na possibilidade de que ela posse vir a ser homossexual também. E aí entra a crise e a própria não aceitação em muitos casos, e principalmente a não aceitação da sociedade/família e de pessoas ao seu redor.
Enquanto esse tipo de comportamento sexista e heterossexista for uma imposição comportamental, com certeza não será uma lei que vai solucionar o problema. O problema continuará existindo e continuaremos nos tratando de forma diferenciada, sem que se conheça o respeito.
Bah
- Criminalizar a homofobia através da aprovação do PL 122.
Através de um Café Filosófico sobre o tema Homossexualidade, feito por um padre e um frei que escreveram um livro sobre o tema, pude perceber o quanto a igreja católica "evoluiu" nesse ponto. Não gosto da palavra evolução, mas na falta de uma melhor, esta serve. Pude perceber que existem pessoas dentro da igreja que aceitam e respeitam como algo natural ao ser humano, e não mais patologicamente nem "espíritomaliguinamente". Eu, que tinha uma visão extremamente generalizada sobre os cristãos católicos, ignorando totalmente a individualidade do ser em sua capacidade autônoma de livre-pensamento, fiquei extremamente surpreendida em saber que existem seres "superiores", segundo a hierarquia da religião, que encaram esse tema com tanta naturalidade e sem imposições homofóbicas; muito pelo contrário, lutam para que a homofobia seja cancelada dentro das igrejas. Bom, discordei de vários posicionamentos dos padres, principalmente quando entra na questão de gênero, mas não é nisso que quero me focar agora. Durante a dialética entre os participantes, alguém questionou ao padre qual seria o papel do Estado em relação aos casos de violência homofóbica. O padre (e não só ele, pois alguns concordaram) deu como solução ao caso a aprovação do PL122 que criminaliza a homofobia e pune os homofóbicos que agem violentamente. Num outro momento, uma mulher cristã deu seu "testemunho" sobre um filho homossexual que ela tem. Disse que começou a perceber que ele era "diferente" já quando era criança, quando preferia brincadeiras "femininas" às "masculinas'.
Bom, antes de mais nada, gostaria de deixar claro que não sou contra o PL122. Mas de fato não acredito na efetividade de uma lei como solução de um problema. Na verdade essa lei tem um caráter posterior, ou seja, se aplica após o crime ser cometido. Também não sou contrária à idéia de impunidade, mas confesso não ter um posicionamento concreto em relação "ao que fazer com um 'criminoso'". Não vejo cadeias como algo solucionável, na verdade vejo as cadeias como parte do problema.
O que quero dizer é que não adianta focarmos numa solução posterior ao crime, sem pensarmos no que gera esse crime. Deve-se pensar na raíz do problema para que através disso possamos enxergar o que faz com que as pessoas tenham comportamentos de agressividade em relação aos seus "diferentes". E acredito que a raís do problema seja justamente essa diferenciação comportamental justificada pelo sexo (biologicamente falando, homem e mulher). Vivemos numa sociedade heterossexista e ditadora de um padrão de comportamento diferenciado para os sexos, ou seja, homens tem que se comportar da maneira x e mulheres da maneira y. Esses comportamentos ditos "masculinos" e "femininos" não tem uma justificativa biológica, mas faz parte de uma construção cultural, história e etc. Já falei sobre isso num outro post, lá da pra ter uma idéia de onde to querendo chegar (clique aqui para ler). Nisso, eu volto ao argumento da mulher que percebeu a "diferença" no filho a partir de seu comportamento "feminino" já na infância. Ok, que existem homens homossexuais com comportamentos "femininos", de fato existem, mas não é uma regra da homossexualidade masculina, assim como não é regra da homossexualidade feminina ter comportamentos "masculinos", já que existem pessoas de comportamentos opostos ao seu sexo que não necessariamente são homossexuais. Mas aí eu questiono o que de fato são estes comportamentos femininos e masculinos e porque temos que nos submeter à eles?? Será que não mora nesse discurso conservador a raíz do problema de haver tanta violência gratuita contra o que é "diferente"? Afinal, quem é homem sabe, pois aprendeu na sua "educação", que ele tem de ser um homem violento, agressivo, forte, pois isso faz parte do pacote masculino. Dentro desse pacote, obviamente, existe a imposição do comportamento heterossexual, onde a pessoa só descobre o que é e que existe a homossexualidade quando se depara com alguém que é ou em N outras situações, e não na possibilidade de que ela posse vir a ser homossexual também. E aí entra a crise e a própria não aceitação em muitos casos, e principalmente a não aceitação da sociedade/família e de pessoas ao seu redor.
Enquanto esse tipo de comportamento sexista e heterossexista for uma imposição comportamental, com certeza não será uma lei que vai solucionar o problema. O problema continuará existindo e continuaremos nos tratando de forma diferenciada, sem que se conheça o respeito.
Bah
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
A CARTA DA HUMANIDADE
Santiago de Chile, 07 de outubro de 2011
E, já, como soberanos de nós mesmos, realizamos o nosso primeiro ato de soberania: assumimos, entre nós, assinantes deste documento, o compromisso de apoiar-nos, mutuamente, a fim de cumprir com o nosso maior propósito existencial: a felicidade, e convidamos a todos, que ainda não o assinaram, a juntar-se a nós nesta autêntica declaração de independência em relação a todo e qualquer mecanismo de coerção da liberdade humana, onde manifestamos nosso repúdio permanente à dúvida sobre nosso próprio potencial, ao ódio, ao individualismo, à escravidão, à desigualdade, à não-fraternidade e à injustiça.
Este compromisso de apoio mútuo se formaliza na constituição da Comunidade Livre, a comunidade dos livres, para que, através dela, em espírito de cooperação, possamos materializar todas as condições necessárias para a criação e manutenção de um ambiente que, em sua totalidade, seja favorável à nossa felicidade, ou seja, ao nosso pleno desenvolvimento espiritual, familiar, social, científico, econômico, cultural e político.
Tendo por objetivos fundamentais a auto-realização existencial, o bem comum e o estabelecimento do diálogo como único meio para a resolução pacífica de todo e qualquer conflito e tendo por valores fundamentais a fé em nosso próprio potencial, o amor, a solidariedade, a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a justiça, a principal ação da Comunidade Livre será ocupar, regularmente, de forma pacífica, o principal espaço público de cada cidade onde estiver presente, para desenvolver, de forma auto-gestionada, as seguintes iniciativas: a Universidade Livre, a Cooperativa Livre, o Centro Cultural Livre e o Fórum Livre, registrando-as e difundindo-as por meios de comunicação próprios, a fim de conscientizar a humanidade de que deve assumir a responsabilidade de decidir livremente sobre seu próprio destino, não delegando mais este poder aos Estados Nacionais, que estiveram, estão e estarão, enquanto existirem, ao serviço dos interesses das grandes corporações e não ao bem-estar dos povos que, teoricamente, por eles são representados.
A Universidade Livre é a ocupação semanal do principal espaço público de cada cidade onde a Comunidade Livre está presente, para a promoção do conhecimento livre, ou seja, organizar o livre intercâmbio de conhecimentos, de maneira libertária, na sua máxima expressão, entre todos os interessados em participar deste processo, considerando que todos somos pensadores livres aptos a receber, processar e compartilhar, construindo, assim, permanentemente, de forma colaborativa, o conhecimento útil à comunidade, sobre o que é real, bom, persuasivo, verdadeiro, eficiente, belo e justo.
A Cooperativa Livre é a ocupação semanal do principal espaço público de cada cidade onde a Comunidade Livre está presente, para a promoção da prosperidade global, ou seja, organizar a livre produção, distribuição e o consumo de bens e serviços, de maneira igualitária, na sua máxima expressão, entre todos os interessados em participar deste processo, considerando que todos somos trabalhadores livres aptos a produzir, distribuir e consumir, construindo, assim, permanentemente, de forma colaborativa, a satisfação de todas as necessidades materiais da comunidade dentro dos paradigmas da auto-suficiência, auto-sustentabilidade e harmonia com o meio ambiente.
O Centro Cultural Livre é a ocupação semanal do principal espaço público de cada cidade onde a Comunidade Livre está presente, para a promoção da consciência de espécie, ou seja, organizar a livre exposição de toda e qualquer manifestação artística, de maneira fraterna, na sua máxima expressão, entre todos os interessados em participar deste processo, considerando que todos somos artistas livres aptos a apreciar, criar e expressar, construindo, assim, de forma colaborativa, permanentemente, o entendimento de que, independente de etnia, credo, gênero, opção sexual, condição social, nível de escolaridade, profissão, talentos, ideologias ou qualquer outra característica ou escollha individual que nos diferencie uns dos outros, somos indivíduos da mesma espécie: a espécie humana, e que esse fator comum é motivo suficiente para estabelecer, entre nós, o sentimento mútuo de fraternidade.
O Fórum Livre é a ocupação semanal do principal espaço público de cada cidade onde a Comunidade Livre está presente, para a promoção do consenso de paz, ou seja, organizar o livre debate de idéias para uma existência mais feliz para toda a humanidade, de maneira justa, na sua máxima expressão, entre todos os interessados a participar deste processo, considerando que todos somos militantes livres aptos a formular propostas, dialogar sobre elas e chegar a um consenso, construindo, assim, de forma colaborativa, a autêntica participação de toda a comunidade em todas as decisões sobre todos os assuntos que cabem a ela resolver.
Estas ocupações do principal espaço público de cada cidade onde a Comunidade Livre está presente, pode se dar em caráter permanente, com ou sem rotatividade, ou em caráter de eventos regulares, esta decisão cabe a cada coletivo local.
Como demonstração pública de nossa unidade, dedicaremos as segundas-feiras para a realização da iniciativa Fórum Livre, dedicaremos as terças-feiras para a realização da iniciativa Centro Cultural Livre, dedicaremos as quartas-feiras para a realização da iniciativa Cooperativa Livre, dedicaremos as quintas-feiras para a realização da iniciativa Universidade Livre e dedicaremos as sextas-feiras a divulgar a Comunidade Livre e suas iniciativas. E, também, como demonstração pública de nossa unidade, convocamos, desde já, a realização de marchas pacíficas em todas as cidades onde a Comunidade Livre está presente, para o meio-dia de cada sábado anterior as mudanças de estação, para denunciar os abusos das instituições que se proclamam soberanas sobre nós: os Estados Nacionais. As demais ações da Comunidade Livre serão fruto da livre iniciativa dos seus coletivos locais e dos indivíduos pertencentes a eles.
Somos pacíficos, mas nos reservamos o direito de auto-defesa e de defesa de terceiros de toda e qualquer tentativa de agressão, pois, não mais reconhecemos a legitimidade do uso da violência por parte de nenhuma instituição e isto não é um jogo, isto é a construção do futuro feliz que desejamos para nós e as próximas gerações e o defenderemos até as últimas conseqüências.
Este documento não tem a intenção de oferecer uma resposta a todos os problemas da humanidade nem, tampouco, dizer qual é a forma de organização perfeita para alcançar esta resposta, a resposta para todos os problemas da humanidade está dentro de nós mesmos, a organização perfeita será alcançada no próprio processo de desenvolvimento desta proposta inicial, a intenção deste documento é estabelecer o compromisso de apoio mútuo, entre nós, assinantes deste documento, na livre busca desta resposta, pois, temos fé em nosso potencial para encontrá-la e aplicá-la, e declarar que, reconheçam ou não, já nos consideramos livres de toda e qualquer tirania, pois, não reconhecemos mais o seu poder.
Não queremos impor um novo modo de vida a ninguém, apenas, não queremos mais que imponham a nós este modo de vida de dúvida sobre nossas próprias capacidades, de ódio, de individualismo, de escravidão, de desigualdade, de não-fraternidade e de injustiça que é o capitalismo, nos reconhecemos, desde já, como livres para construir o modo de vida queremos para nós, quem quiser seguir vivendo baixo a tirania dos Estados Nacionais e das grandes corporações que siga, mas exigimos respeito a nossa livre decisão de sermos livres.
Este planeta pertence a todos os seres vivos que nele habitam... Ele é de todos e se é de todos, logo, não é de ninguém, não reconhecemos mais bandeiras nem fronteiras que nos separam.
Que esta carta seja traduzida a todos os idiomas existentes, que seja publicada em todos os cantos da Internet, que seja impressa, que seja distribuída nas ruas, que seja lida em voz alta em todas as assembléias livremente constituídas, que seja entregue a cada militante livre da humanidade, que seja assinada e enviada a cada instituição religiosa, a cada organização popular, a cada meio de comunicação, a cada universidade, a cada corporação, a cada centro cultural, a cada partido político, a cada governo, a cada força armada, a cada embaixada, a cada escritório das Nações Unidas, para que todos saibam que, definitivamente, somos livres! Que esta carta seja símbolo de nossa unidade e de nossa força: a declaração de nossa independência!
Este momento histórico será lembrado nos livros de história como A REVOLUÇÃO DOS 99%, A REVOLUÇÃO GLOBAL, A REVOLUÇÃO POPULAR, A REVOLUÇÃO CULTURAL DA DÉCADA DE 10, A QUEDA DO CAPITALISMO, QUEDA DOS ESTADOS NACIONAIS, PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA HUMANIDADE, FUNDAÇÃO DA COMUNIDADE LIVRE DA HUMANIDADE OU QUALQUER OUTRO NOME LEGAL... O nome não importa! O que importa é que será lembrada como a revolução que, definitivamente, libertou a humanidade da tirania dos Estados Nacionais e das grandes corporações, revolução onde os protagonistas foram todos nós.
Indivíduos da espécie humana: UNI-VOS!
Saudações humanas,
EU ASSINO! TU ASSINAS! ELE ASSINA! NÓS ASSINAMOS! VÓS ASSINAIS! ELES ASSINAM! TODOS ASSINAM!
COMUNIDADE LIVRE
Pensadores livres, trabalhadores livres, artistas livres e militantes livres da humanidade
* NATUREZA ARTIFICIAL ASSINA ESTA CARTA! *
Bah
sábado, 15 de outubro de 2011
Você é homem ou mulher?
Uma reflexão sobre gênero.
Informações sobre Teoria Queer:
http://scholar.google.com/scholar?q=teoria+queer+cadernos+pagu&hl=pt-PT&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart (vários artigos, teses etc.)
Bah
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Chega uma hora que é preciso desistir...
Ela desistiu de tentar se adaptar
desistiu da perfeição movediça
desistiu dos dogmas alheios
resistiu para enfim libertar.
Ela desistiu de ser vencedora
desistiu de ser um fantoche
desistiu das jaulas "protetoras"
resistiu para enfim caminhar.
Ela desistiu de corresponder expectativas
desistiu da maquiagem no rosto
desistiu de tentar se enquadrar
resistiu para enfim cicatrizar.
Ela desistiu dos relacionamentos de bolso
desistiu da vida coisificada
desistiu das multidões solitárias
resistiu para enfim respirar.
Ela rompeu com a superfície
sorriu com a profundeza do olhar
percebeu todo o horizonte a sua espera
que há muito precisava despertar.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Objetos pensantes
Quem nunca se sentiu assim, um objeto estagnado (pelas obrigações que o sistema lhe impõe e outros tantos motivos), porém cheio de idéias e ideais? Levanta a mão o/
Bah
domingo, 9 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Até quando?
O Estado escraviza, desde o nascimento. Uma vida com caminhos impostos. Dinheiro, mercado, consumo, educação machista, violência. Somos adestrados pra ser aquilo que a falsa propaganda quer que sejamos, aquela propaganda de caráter faça sua parte pobre cidadão, o consumo de sacola plástica você pode evitar, mas nós, empresas, multinacionais, não podemos parar nossa poluição. Falácia. Uma atrás da outra. Facetas de gente do bem mascaradas por interesses lucrativos e de poder. Enfim. O mundo é uma merda, pois não existe liberdade em nada! Consumo de alimentos com agrotóxicos, transgênicos. Universidades e faculdades nos formando para o mercado, para o capital. É a forma mais legal de nos conformarmos/aceitarmos/participarmos deste modelo tão civilizatório. Civilização, palavra que exprime o que devemos ser, aquilo tudo que não é de nossa natureza. Valores Invertidos. Pena de morte. Quanto vale uma vida? Uma dúvida? Uma incerteza?
Não vale mais, descarta! Com os animais já é assim, mas eles valem algo, e é o algo mais cobiçado e representativo desta sociedade atual. O dinheiro. A ganância. São tantos os podres que a lista é interminável. São tantas as aflições, as mentiras, a podridão, o caos.
Até que ponto alguém tem o direito de controle da vida do outro? Direito? De nossas vidas, não temos, da vida alheia, total! Controle, marionetes. Somos isso, produtos, quando nascemos nos dão a corda com o caminho. Não o siga para ver...
Texto confuso, que expressa revolta.
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EUA executam preso em caso repleto de dúvidas
Troy Davis |
JACKSON, Geórgia. Num caso que comoveu os EUA, Troy Davis, condenado por matar um policial, foi executado na noite de quinta-feira, minutos após a Suprema Corte ter negado um recurso de última hora apresentado pelos seus advogados - que alegavam haver falhas no processo. A pena de morte, que estava marcada inicialmente para 20h de ontem (horário de Brasília), chegou a ser adiada devido ao recurso, provocando comemorações de cerca de 200 manifestantes que durante todo o dia se concentraram diante de uma penitenciária de Jackson, na Geórgia. Após quatro horas de deliberação, no entanto, a Suprema Corte anunciou que não impediria a execução por injeção letal. Ao ouvir a decisão, muitos manifestantes caíram no choro.
Há 20 anos no corredor da morte, Davis, de 42 anos, se transformou num símbolo da luta contra a pena e do pedido de tratamento legal mais justo para os negros, atraindo a atenção de pessoas como o Papa Bento XVI e o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter. Ele é acusado da morte de um policial que trabalhava como segurança. Mas desde sua condenação, em 1991, sete das nove testemunhas mudaram suas declarações e algumas disseram ter sido coagidas pela polícia. Uma outra, Quiana Glover, afirma que um homem cujo depoimento foi determinante para a condenação lhe confessou a autoria do crime. Tampouco há arma ou prova física que ligue Davis ao crime.
- Eu sou Troy Davis - gritava a multidão diante da penitenciária, em manifestação repetida em Paris.
Foi um dia dramático, em que seus advogados tentaram todos os recursos. Um pedido para que se submetesse a um teste de polígrafo foi negado, a Comissão de Perdões e Condicional da Geórgia reiterou que não revisaria seu processo e a Corte Suprema do Condado de Butts rejeitou a contestação contra os testemunhos e as provas balísticas.
O caso é polêmico e chegou a ter a execução suspensa três vezes. Davis foi condenado pela morte de Mark MacPhail, um policial que trabalhava como segurança. De acordo com testemunhas, MacPhail foi socorrer um mendigo que apanhava de um grupo no qual estava Davis. Na confusão, o policial foi baleado no rosto e no coração.
O processo ganhou repercussão internacional, e ontem três especialistas em direitos humanos da ONU - Christof Heyns, Gabriela Knaul e Juan Mendez - pediram a intervenção do presidente Barack Obama. O presidente não poderia perdoar Davis, já que se trata de uma condenação estadual, mas um pedido seu de investigação federal adiaria a execução.
O Conselho da Europa e a Chancelaria da França também pediram ontem a suspensão da execução. "Ao executar um prisioneiro quando há sérias dúvidas sobre sua culpa, pode-se cometer um erro irreparável", dizia o comunicado do ministério francês.
Família do policial defende a sentença
Para a família do policial, no entanto, a pena é justa. Os filhos Madison, de 24 anos, e Mark, de 22, assistiriam à execução.
- Temos vivido isso por 22 anos. Nós somos as vítimas - disse a viúva, Joan MacPhail-Harris.
A irmã de Davis, no entanto, acredita que o irmão deixa sua marca no mundo:
- As pessoas dizem "eu sou Troy Davis" em línguas que ele nem sabe falar - comentou Martina Correa, que mesmo combatendo um câncer de mama e numa cadeira de rodas coordenou protestos.
Davis passou o dia se preparando para a execução. Recebeu 25 pessoas entre parentes, amigos e integrantes de grupos de direitos humanos e recusou a última refeição. Divulgou ainda uma carta em que dizia: "Esta luta é de todos os Troy Davis que vieram antes de mim e de todos os que virão depois. Estou bem, rezando e em paz. Mas não vou deixar de lutar até ter exalado meu último suspiro."
Bah
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Beltaine's Fire
[O Coletivo de folk-rap Beltaine's Fire, do litoral de San Francisco, está lançando seu terceiro álbum, "Anarquitetura".]
O álbum oferece uma abordagem explicitamente anarquista em tudo, desde a tragédia do trabalho assalariado destruidor de almas, até movimentos que lutam por mudanças sociais e o iminente colapso ecológico que ameaça toda vida na Terra.
O conjunto da banda é formado por vocais, violinos, bandolins, banjo elétrico, baixo, e bateria, e o instrumental tem influências de folk, rock, música do mundo, céltica, latina, funk, jazz, e honesto e estrondoso hip hop.
Como o próprio Anarquismo, a música se inspira em todos os cantos do mundo e traz sua união para criar algo que misture o mais antigo com o mais novo.
A banda é independente e criou o álbum sem assistência de nenhuma grande gravadora. Está disponível com letras completas em http://beltainesfire.bandcamp.com/album/anarchitecture .
Uma porção da renda adquirida da venda do álbum (após o pagamento dos custos de produção) será doada para grupos anarquistas que necessitam de apoio mútuo.
Tradução > Malobeo
Obs: no mesmo link dá pra ouvir os três álbuns da banda.
Bah
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Cidadão Padrão
Dedico esta música a todos que reclamam no silêncio
Almas vendidas,
Você não quer nem saber.
Por tanta indiferença
Não entendo sua omissão.
Mas porque não agir, se é você mesmo que sofre
E finge não ver por pura distração.
Você não quer se unir, não sabe o que é cooperação,
Me diga porque este sorriso então!
Assinar o ponto,
Seu transporte esta lotado!
Não há companheiros,
Ninguém esta ao seu lado!
Só a fome, a miséria,
O circo e o pão.
Você acha arriscado fazer a revolução, então
Deve aceitar o seu patrão.
Seria demais dividir as coisas que você já tem, cerveja, um par de tênis e o caos.
Vamos sorrir e viver assim,
Aceitar tudo como fomos instruídos e então
Viver em paz,
Sem olhar pra trás,
Não reagir,
Sempre se omitir.
E a culpa não será em vão
Apagada em álcool e alcatrão.
Por séculos e para todo sempre,
Seremos o cidadão padrão.
Dead Fish - Cidadão Padrão
Bah
Almas vendidas,
Você não quer nem saber.
Por tanta indiferença
Não entendo sua omissão.
Mas porque não agir, se é você mesmo que sofre
E finge não ver por pura distração.
Você não quer se unir, não sabe o que é cooperação,
Me diga porque este sorriso então!
Assinar o ponto,
Seu transporte esta lotado!
Não há companheiros,
Ninguém esta ao seu lado!
Só a fome, a miséria,
O circo e o pão.
Você acha arriscado fazer a revolução, então
Deve aceitar o seu patrão.
Seria demais dividir as coisas que você já tem, cerveja, um par de tênis e o caos.
Vamos sorrir e viver assim,
Aceitar tudo como fomos instruídos e então
Viver em paz,
Sem olhar pra trás,
Não reagir,
Sempre se omitir.
E a culpa não será em vão
Apagada em álcool e alcatrão.
Por séculos e para todo sempre,
Seremos o cidadão padrão.
Dead Fish - Cidadão Padrão
Bah
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